Livro: Casamento por conveniência - Susan Donovan Página 3

... stardo arrogante. Evidente que isso só acontecia quando eram descartadas pelo bonitão. Jack ria naquele momento, sentado à escrivaninha de cerejeira, que pertencera a seu pai, o falecido governador de Indiana, Gordon Tolliver. Jack meneou a cabeça e secou os olhos. A sugestão de Kara o fizera gargalhar a ponto de chorar. — Sempre adorei o modo como você raciocina. Mas, Kara, meu anjo, essa sua última ideia está completamente fora do universo em que habito! — Não é a primeira vez que alguém lança mão um recurso como esse Jack. Lembra-se de quando Errol Binder pediu emprestado de seu vizinho um cão retriever dourado para posar com ele em algumas fotos de propaganda? O idiota detestava cachorros. E que tal Charleton Manheimer, que usou os filhos de sua assessora de imprensa para fingirem serem seus netos que estudavam em uma escola pública? Os netos verdadeiros de Charleton estavam em uma escola particular em Vermont! — A proposta está fora de questão. — Mas eu conheço Samantha Monroe há doze anos. Ela é incrível. E uma mulher de classe média que trabalha duro e é responsável pelos filhos. Sam é perfeita! Jack arqueou uma sobrancelha e torceu a boca em um gesto de descrença. — Pois já vou lhe dizendo que não há mulher perfeita; muito menos aquelas que você pode comprar. — Samantha não está à venda. No caso, seria algo parecido com um aluguel. Jack caiu na gargalhada mais uma vez. — Meu Deus, Kara! Não vou alugar uma noiva! Isso é imoral e repreensível, sem mencionar que é patético! Jack passou suas enormes mãos pelos cabelos pretos, levantou- se e começou a andar na sala de um lado para o outro. — Além do mais, se irei me beneficiar com as qualidades da moça, terei de aceitar também seus defeitos, certo? Ela tem uma ficha criminal? Multas de trânsito? E quanto a seu cartão de crédito? A moça tem crédito no mercado? Está registrada para votar? Kara sorriu, olhando para os músculos de Jack e o ...

modo como seus ombros se moviam conforme ele caminhava. Sabia que Jack não precisava que lhe arranjassem uma namorada. Mas sabia também que no ponto crucial de sua carreira política necessitava da presença de uma mulher em sua vida. Uma não: várias; e Jack tinha tendência a se relacionar com muitas ao mesmo tempo. — Já comecei uma pesquisa sobre Samantha envolvendo tudo o que seus inimigos políticos poderiam levantar. Pelo que descobri nada a desabona. E divorciada, trabalha e não tem dívidas, a não ser a do cartão de crédito. Isso é natural, claro. A pobrezinha foi abandonada pelo marido, que descobriu ser homossexual. Jack sacudiu a cabeça, desviando o olhar de Kara. Quando tornou a falar, sua voz soou tão suave que ela mal conseguiu ouvi-lo: — E quanto a Tina? Ela tem cabelos vermelhos, e você sabe que gosto de ruivas. — Vocês estão namorando apenas faz um mês! — E tem sido um ótimo mês. — Tina tem vinte e cinco anos de idade e é uma dançarina, Jack. Isso que pode ser interessante pessoalmente para você, mas não irá passar a mensagem certa para seus eleitores. Além do mais, nem sei se ela é ruiva natural. — A cor pode ter vindo de um vidro de tintura, mas combina com ela. E para seu registro, Tina é uma enfermeira pediátrica, que só em noites de lua cheia se torna dançarina. E é incrivelmente flexível. — Ótimo! Nesse caso, vai se recuperar bem rápido depois que você terminar o namoro. — Ninguém acreditará que fiquei noivo, Kara. Acha que as pessoas vão engolir a balela de que um dia acordei e decidi me casar? Ora, por favor! — As pessoas mudam Jack. Os eleitores pensariam que você amadureceu, encontrou a garota certa e decidiu se acomodar. Isso acontece com os homens o tempo todo. Jack não parecia nem um pouco inclinado a aceitar essa teoria. — E ainda faltam meses para as primárias. Um jantar aqui um jogo de basquete ali, e logo vão começar a comentar que há um romance no ar antes d ...

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