Livro: Apenas Você Página 2

... que já estava atrasada. Como se orgulhava de ser pontual, empurrou a porta e saiu para o calor escaldante. Cruzou o estacionamento em direção à entrada, e a lufada de ar gelado, conforme empurrou as portas de vidro duplas do saguão, a fez tremer. A julgar pelo olhar de suspeita dos seguranças, enquanto passava pelo detector de metais, mulheres ves¬tindo jeans e camisas de sarja não deviam ser muito comuns por ali. E, obviamente, por ela estar usando botas com salto de aço, o alarme começou a tocar. — Esvazie os bolsos, por favor — pediu um dos homens. Katy estava prestes a explicar que seus bolsos já se encon¬travam mais do que vazios quando uma voz profunda ordenou: — Pode deixá-la passar. Quando ergueu o olhar e viu o cunhado, ou melhor, ex-cunhado, parado junto ao posto do segurança, sentiu o coração dar um salto. Sem contestação, os guardas abriram caminho, e Adam se adiantou para recebê-la. — É bom vê-la de novo, Katy. — Você também. Ela se perguntou se deveria abraçá-lo, mas a situação já era estranha o suficiente e apenas lhe estendeu a mão. Conforme os dedos fortes se fecharam em torno dos dela, perguntou-se se Adam perceberia seus calos e sua pele áspera, para não falar nas unhas curtas e sem esmalte. Tinha certeza de que ele estava acostumado com mulheres como Rebecca, que passavam horas no salão de beleza com pedicures, manicures, e fazendo todo tipo de tratamentos de beleza para os quais ela, Katy, nunca tivera tempo, nem paciência. Não que Adam pudesse achar que suas unhas fossem fazer alguma diferença. Mas, quando ele lhe soltou a mão, ela as en¬fiou nos bolsos do jeans. Em contraste, Adam era um CEO bilionário da cabeça aos pés, refletiu. Ela quase se esquecera de como ele era grande. Ele não apenas devia passar muito tempo na academia, como era mais alto que a média. Poucos homens se avultavam sobre seu 1,75m, porém Adam devia ter ao menos 1,95m. Usava o cabelo escuro no mesmo estilo ...

bem aparado de sempre, embora agora ela pudesse ver alguns fios prateados tingindo suas têm¬poras. Claro que, como acontecia com a maioria dos homens, isso apenas o fazia parecer ainda mais distinto. Contava também com algumas linhas nos cantos dos olhos e na testa que não estavam ali antes, provavelmente resultado do estresse causado pela doença de Rebecca. Apesar disso, Adam parecia bem aos quarenta. Katy suspirou. Contava apenas com 17 anos quando a irmã se casara com ele, dez anos antes, e, apesar de nunca ter admi¬tido para ninguém, nutria uma paixão adolescente pelo lindo cunhado. Na época, contudo, nem ela nem os pais teriam adi-vinhado que um rapaz tão charmoso e bonito pretendia levar Rebecca para longe deles. — Como foi a viagem? — Adam perguntou. Ela encolheu os ombros. — A mesma de sempre. Katy esperou que ele explicasse o motivo de ela ter vindo até ali, ou ao menos lhe agradecesse por ter feito a longa viagem a seu pedido. Em vez disso, Adam fez um gesto na direção da lanchonete do outro lado do saguão. — Posso lhe pagar um café? — Claro. Por que não? Com exceção dos empregados da cafeteria, todos que se en¬contravam sentados ali usavam terno ou tailleur. E a maioria tinha o nariz enfiado em um notebook, ou um celular preso ao ouvido. Quando Adam entrou, contudo, todos pararam o que estavam fazendo para acenar ou cumprimentá-lo. Santo Deus!. Quando o homem entrava em uma sala, era um acontecimento! Mas ele era o chefe, e era óbvio que as pessoas o respeitavam. Ou então o temiam. Katy o seguiu até o balcão, e Adam pediu ao atendente um drinque com um nome esquisito antes de se virar para ela. — O que vai querer? — Café preto — Katy sorriu para o funcionário. Não dava a mínima para as frescuras que vinham se tornando tão populares nos últimos tempos. Suas vontades eram tão simples quanto seu estilo de vida. Com as bebidas na mão, Adam a conduziu para uma mesa na parte de trás da lanchonet ...

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