Livro: Possuida pela paixão Página 2

... recido ajuda. Uma mão forte, a pele de um moreno dourado, esticou-se para ela. E ela, levantando a ca-beça, deu com o par de olhos castanhos mais deslumbrantes que já tinha visto na vida. E perdeu o coração no espaço mágico entre uma pulsação e outra. Impossivelmente, incrivelmente, ele sentira a mesma coisa. Desde o primeiro instante tornaram-se inseparáveis. Porém casamento. Casamento! Uma risada de pura alegria borbulhou em sua garganta, tornando-se um ofego quando o táxi encostou-se ao meio-fio e parou. Tinha chegado. Estava na capelinha onde se tornariam marido e mulher. Era uma capelinha branca bem pequena. Porém, por me¬nor que fosse, era mais do que adequada. Afinal, só seriam eles dois diante do celebrante, mais a testemunha exigida por lei. De que mais precisavam? De que mais, senão do amor que tinham descoberto tão maravilhosamente, tão inespera-damente, ali naquela cidade tão longe de suas casas? E ele estava lá. Foi apenas quando viu a figura alta e morena do homem que amava que ela percebeu que estava prendendo a respi¬ração, sem realmente acreditar que aquilo ia acontecer. Ho¬mens com ele — lindos, poderosos, exóticos — não se casa¬vam com moças como ela. Havia ficado atônita ao ver que ele a desejava, tinha ido para a cama com ele sem parar para pensar, tão apaixonada estava. Não pensara em mais nada, nem em um futuro juntos. Não tinha sequer sonhado com tal possibilidade. Era suficiente estar com ele, conhecê-lo, compartilhar a cama dele — amá-lo. A porta do carro se abriu, e lá estava ele, vestindo uma fol¬gada camisa branca e calça de linho preto, com o sorriso que havia lhe arrebatado o coração desde o primeiro momento. — Você veio. — Claro que vim. - a voz dela vibrava de riso e excitação. — Você duvidava? — Nunca - ele respondeu, em voz baixa e grave. — Nem por um instante. Na calçada, ela esperou enquanto ele pagava o motorista, os pés dela movendo-se inquietos, q ...

ase dançando de impa¬ciência, querendo apressar-se, entrar — chegar ao altar para começar essa nova etapa de sua vida. Ela ia se casar. — Pronta? - ele perguntou, esticando a mão. — Pronta! - ela declarou, juntando os dedos aos dele. Porém ele ainda hesitou por um instante. — Você não tem flores. Tome. E entregou a ela uma única rosa intensamente vermelha. — É linda. - ela sussurrou, tocando com os lábios as pétalas aveludadas. — Mas não tão linda quanto você. Ele a fazia sentir-se linda quando sorria daquele modo para ela, os olhos castanhos brilhando, ardentes. Ela até esquecia que não tinha tido nem tempo nem dinheiro para comprar uma roupa especial, que seu vestido era um simples tubinho de algodão branco, sem mangas, preso por alças fininhas, e seus sapatos eram sandálias de couro macio. Porém, nada disso importava. Nada importava senão eles dois e o amor que comparti¬lhavam. Um amor que desfrutariam no futuro juntos, quando ela temera que o que compartilhavam estava prestes a termi¬nar. Pensara que aqueles momentos preciosos se tornariam apenas uma incrível lembrança: ela teria de voltar para casa e enfrentar a fria desaprovação da mãe e sua determinação em achar um marido \"apropriado\" para a filha. — Então. Vamos nos casar? — Oh, sim. Sim, por favor! Ela não permitiria que pensamentos com a mãe a pertur¬bassem, disse a si mesma enquanto caminhavam de mãos dadas para o altar. Ela não deixaria que nada estragasse este dia — o dia deles. As palavras da cerimônia pairavam sobre ela enquanto fi¬tava o deslumbrante rosto moreno do homem que ia ser seu marido. Ainda não conseguia acreditar que ele a pedira em casamento. Ela estava suspirando ao pensar que sua temporada em Las Vegas estava quase terminando e teria de voltar para casa. A lembrança do que a esperava havia turvado seu olhar, apagado seu sorriso. — Você ficaria se eu a pedisse em casamento? Ela ainda se lembrava do t ...

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