Livro: Lições do Coração - Diana Palmer Página 3

... as, cervos. — corrigiu ela — Sem falar nas centenas de flores do campo. E até mes¬mo na florescência dos cáctus. — acrescen¬tou, com uma súbita suavidade nos olhos escuros e um calor na voz que em geral não empregava. Tyler curvou a cabeça para acender um cigarro. — Para mim parece um deserto. Como está sua cavalgada? — Deixei os hóspedes com Chappy. — disse ela, com um suspiro — Mais uma ba-lançada sobre a sela e o Sr. Howes vai cair. Espero que ele volte para a fazenda. Tyler esboçou um breve sorriso ao con¬templar a rígida figura feminina sobre o lom-bo do cavalo. — Se ele cair, vamos precisar de um guin¬daste para erguê-lo. Nell sorriu. Não lhe diria, mas era o pri¬meiro homem em anos que a fazia rir. Ela era uma mulher sombria e quieta a maior do tempo, exceto quando Tyler estava por perto. Então ficara sabendo o que de fato ele pensava dela. — Tyler, poderia cuidar do grupo para mim? — perguntou ela, de repente — Marguerite e os meninos estão vindo para o fim de semana e tenho que ir a Tucson buscá-los. — Claro, posso cuidar de tudo, se você persuadir Crowbait a cozinhar. — concor¬dou ele — Não vou fazer bolinhos de novo. Peço demissão antes. — Crowbait não é tão ruim. — defendeu ela — Ele é. — os olhos escuros de Nell se estreitaram enquanto ela procurava uma palavra — .único. — Ele tem o temperamento de um puma, a língua de uma naja e os modos de um tou¬ro bravo. Ela assentiu com a cabeça. — Exatamente! Ele é único. Tyler riu e tragou o cigarro mais uma vez. — Bem, patroa, é melhor eu encontrar os animais desgarrados, antes que alguém os ache, aperte o gatilho e consiga um bom pedaço de carne de boi para a ceia. Não vou demorar. — Os meninos querem ir procurar pontas de flechas apaches enquanto estiverem aqui. — acrescentou, indecisa — Disse a eles que iria falar com você. — Seus sobrinhos são crianças adoráveis. — respondeu Tyler inesperadament ...

— Mas precisam de um pulso mais firme. — Marguerite não é o pai ideal para dois meninos sensíveis. — disse Nell, na defensi¬va — E, desde que Ted morreu, tudo pio¬rou. Meu irmão conseguia controlá-los. — Marguerite precisa de um marido. — ele sorriu ao pensar em Marguerite. Era o tipo de mulher com quem ele estava acostumado. Sofisticada, descomplicada e bonita. Gostava dela porque ela lhe trazia doces re¬cordações. Na realidade, ela era tudo o que Nell não era. — Uma mulher bela como Margie não deve ter muita dificuldade em encontrar um. Nell sabia que a cunhada era bonita, mas em algum lugar bem fundo doeu ouvir Tyler reconhecer a beleza de Margie. Tinha ciên¬cia de suas próprias limitações, de seu rosto redondo com olhos grandes e maçãs altas. Contudo, assentiu com a cabeça e forçou seus lábios sem batom a se curvarem num sorriso. Nunca usara maquiagem. Jamais fizera qualquer coisa para chamar atenção para si, até recentemente. Tentara atrair Tyler, mas os comentários de Bella haviam acabado com sua intenção. E o subseqüen¬te comportamento dele a enterrara para sempre. Agora evitava até olhar na direção de Ty¬ler. Além do mais, Margie era mais o tipo dele, pensou com um pouco de amargura. E também estava interessada nele. — Então, vou para Tucson, se acha que pode cuidar do grupo. E, se não conseguir resgatar os animais, antes das cinco, volte e vamos deixar a tarefa para os seus amigos do Texas. — continuou ela, referindo-se aos dois homens mais velhos que eram texanos como Tyler e haviam se tornado seus melhores amigos desde que ele chegara ali, seis sema¬nas antes. — Vou encontrá-los. Tudo de que pre¬ciso fazer é procurar uma poça de água e lá estarão eles mergulhando a cabeça para be¬ber tudo. — Já sabe que deve tomar cuidado com as fendas e as depressões. — murmurou ela — Aqui é bem pior que no Texas. Pode es¬tar chovendo a uns cinqüenta metros e o céu continuar claro. E ...

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