Livro: Uma vida nova! Um casamento Página 2

... ilagre pelo período de um ano e que se case nesse mesmo período. Brittany prendeu a respiração, aterrissando solidamente no planeta Terra, e fitou o distinto advogado grisalho, esperando que ele risse. Mas ele não riu. — Sr. Hamilton, meus pais estão por trás disso, não estão? — Brittany supunha que estavam arrependidos por terem sido tão inflexíveis após o acidente de carro. Provavelmente, descobriram, de algum modo, que ela vendera o bracelete magnífico na semana anterior. De certa forma, a armação deles era brilhante. — Seus pais? — indagou Jordan Hamilton, genuinamente atônito. — Sabe. Comprar uma carreira para mim e me casar num único golpe — esclareceu Brittany, descontraída, como se pouco lhe importasse que os pais a considerassem incapaz de cuidar de si mesma. Não que tal avaliação fosse completamente injusta. Seis meses se passaram desde que fecharam a carteira, logo após ela destruir o carro vermelho esportivo de luxo e acabar no hospital. Os termos foram brutalmente simples. Nenhuma mesada, nenhum empréstimo, nada de cartão de crédito, nada de conta em banco. Não pagariam para que ela se matasse. Estava na hora de ela entrar no mundo de verdade, aprender a ter responsabilidade e fazer sua contribuição à raça humana. Seis meses, e Brittany ainda nem encontrara um emprego. Embora estivesse se empenhando. — E quanto a nós? — indagou uma das irmãs, Corine. — Como seus pais poderiam ter nos criado? — Por que os seus pais adotivos me dariam uma casa? — questionou Abby. Brittany sobressaltou-se e olhou novamente para as duas outras mulheres na sala. Foi o sentimento mais estranho e mais adorável que já experimentara. Sorriu, espantada com o alívio que sentia ao ver que seus pais não estavam por trás daquela reunião. Não podiam estar por trás daquilo. — Acho. Que nem mesmo o Sr. e a Sra. Conroy Patterson seriam ricos o bastante para clonar pessoas — admitiu, pensativa. — Não que ache ...

que eles iriam querer me clonar. — Por que não? — indagou Abby, a que usava um vestido azul-marinho que parecia escolha de freira, com alguma indignação. Então, pensou Brittany, e aproveitou mais a sensação de calor que a tomava. Era isso o que significava ter uma irmã. Abby nem a conhecia e era evidente que optava por tê-la em alto conceito, mesmo assim. Mas, quanto a se casar. A porta da sala do advogado se abriu. Brit olhou por sobre o ombro e espantou-se. Se era aquilo o que aparecia quando se pensava em casamento num lugar chamado Porto Milagre, então estava disposta a aceitar! Ele era maravilhoso. O famigerado moreno. Cabelos pretos ondulados e pele bronzeada. Alto. Pelo menos um metro e oitenta. Bonito. Sobrancelhas retas, nariz aquilino, lábios tentadores, queixo forte. E sensual. As roupas conservadoras não escondiam o corpo atlético, muito másculo. Então, notou os olhos e sentiu o coração explodir dentro do peito. Eles brilhavam maliciosamente, e eram de um tom de azul impossível, quase ágata, adornados por cílios longos e espessos. Ele a encarou e manteve o olhar, friamente profissional. Mesmo assim, por trás da expressão, havia algo mais. Algo selvagemente intrigante. Um toque de rebeldia, uma sugestão de força masculina, uma sombra de sensualidade contida. Na verdade, apesar do corte impecável da camisa de linho branca, das mangas enroladas, da gravata de seda com o nó levemente frouxo, ela achou que ele se sentiria muito confortável com as pernas musculosas sobre uma motocicleta cromada, ou no lombo de um garanhão arredio, ou. Sentiu o rosto queimar e desviou o olhar rápido. — Meu filho — murmurou Jordan Hamilton, apresentando. — Mitch. — Pai, estou com o contrato dos Phillips, que precisa assinar. A voz era como seda bruta sobre pele ardente, e Brit estremeceu como se ele a tivesse tocado. Quase sentiu pânico com a atração. Controlou a urgência de observá-lo fitando as próprias unhas até el ...

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