Livro: Paixão de pirata Página 3

... dar, mais devagar, sabendo que o seria melhor controlar o medo do que ser mais veloz. Entretanto, seu esforço parecia durar uma eternidade, Tess começava a sentir a exaustão nos músculos. No momento em que olhou para frente, viu mais próxima a costa. Dizia a si mesma que poderia prosseguir, e tudo acabaria bem. Por fim, Tess sentiu algo sob a ponta dos pés e nadou mais rápido: areia. Estava quase chegando! Cansada demais para continuar a nadar, ficou de pé, mantendo a cabeça fora da água, pois a profundidade não era excessiva. De repente, uma onda a encobriu, puxando-a para o fundo. Descontrolando-se, passou a se debater. Quando conseguiu voltar à superfície para respirar, outra onda caiu sobre ela com violência. Seus pés não alcançavam mais a areia. Tess sentiu-se perdida, não havia saída, nem para cima, nem para baixo, nenhuma luz; só a escuridão ameaçadora e a voracidade do mar. Quando foi empurrada para a superfície outra vez, ela encheu os pulmões de ar. — Socorro! — gritou, conseguindo emitir um som fraco e desesperado. Mas não havia ninguém para socorrê-la, e Tess afundou de novo. A sensação de estar submersa naquelas águas escuras do golfo era apavorante. Nada além do oceano, frio e profundo. Quilômetros de água que se transformavam numa massa densa e intransponível. A morte viria em silêncio, trazida pelas ondas que Tess tanto admirava. Porém ela pensou ter ouvido um apito estridente. Talvez um daqueles navios antigos que navegavam pelos sete mares em busca de tesouros perdidos. Tess poderia jurar que escutara homens gritando. Eles pareciam aterrorizados com a tempestade que os alcançava e clamavam por socorro. Mas, de súbito, tudo ficou no mais absoluto silêncio, exceto pelas batidas de seu coração e uma voz masculina que a chamava das profundezas do oceano. Como por milagre, foi puxada para cima. Tess sentiu o toque frio do ar em suas faces e ombros, e braços fortes que a seguraram pela cintura, cond ...

zindo-a a superfície. Quando tossiu, a água que saiu pela boca foi substituída por uma fraca corrente de ar através da garganta. Tess estava deitada sobre a areia. — Você não tem noção de perigo? — A voz do homem saía rouca, um som quase sussurrado. — Não pode nadar durante a noite como se fosse um peixe. Ou melhor, você se debatia como um cachorrinho, aquilo não era nadar. Se não tivesse me acordado, com certeza, estaria morta agora. Uma beleza como a sua merece muito mais do que ser jogada numa praia qualquer ou engolida pelas ondas. Tess não conseguia falar. Tudo o que podia fazer era respirar. O ar que entrava em seus pulmões parecia queimá-la por dentro. Então, continuou deitada na areia, observando a forma sombria do homem curvado sobre ela. — Não tente falar — disse ele, com ternura. — Na verdade, sou eu quem deve lhe agradecer. Aos poucos, Tess foi recuperando os sentidos e pôde enxergar o rosto másculo abrir-se num sorriso amigável e solícito. O sorriso mais encantador que ela jamais vira. Os olhos verdes brilhavam como esmeraldas naquela expressão singular. — Obrigada — ela murmurou, entre uma e outra tosse. — Eu é que agradeço — respondeu ele. Colocando a mão por trás da cabeça de Tess, ele a ergueu, aproximando-se. — Que linda mulher é você. Uma jovem atraente e sensual não deveria andar por praias sem um acompanhante à altura, para protegê-la. Ele a beijou de forma rude, como se fosse um dever pelo seu ato de heroísmo. Então, afastou-se e soltou uma gargalhada. A pele molhada brilhava a cada movimento daqueles músculos avantajados. — Tudo o que posso fazer é lhe agradecer — disse ele. — Vendo-a desse jeito, tenho de admitir que me tornei um cavalheiro, e, como tal, devo dizer-lhe boa noite. De repente, Tess se deu conta de que ele estava nu. Aparentemente ignorando o fato, o desconhecido levantou-se e caminhou em direção ao oceano. Erguendo-se com dificuldade, apoiando-se ...

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