Livro: Paixão de pirata Página 2

... ir que uma bela casa e muito dinheiro não lhe proporcionaram a felicidade almejada. Ficando grávida, Tess esperava que uma criança os aproximasse, mas a gravidez teve fim com um aborto involuntário. Darrell lhe dissera na época que filhos não eram importantes e, em seguida, saiu para o trabalho, deixando-a só com seu desencanto e desamparo. Como conseguira amá-lo um dia? Como ele podia ser tão frio e calculista? A lembrança desse fato ainda estava viva no coração de Tess; no entanto, os momentos de tristeza pertenciam ao passado. Depois da longa e desgastante batalha para divorciar-se daquele homem vingativo e possessivo conseguiu retomar o controle de sua própria vida, e Darrell Cage tornara-se uma má recordação de uma fase tumultuada que ansiava esquecer. Aquele casamento precisava ser superado, dando lugar a novas perspectivas. Havia apenas boas lembranças a serem construídas a partir de então. Enquanto caminhava ao longo da praia, Tess foi além da claridade dos postes de luz, em direção a um local privativo, onde havia as mansões de Sandhook Road, habitadas pelos milionários de Las Palmas. As luzes das casas não chegavam à praia, deixando que a escuridão se espalhasse sobre a areia branca, levemente iluminada pelo luar. Tess sentou-se nas pedras que rodeavam a costa, para descansar. Andara mais do que pretendia; sentia-se suada e quente. Um sorriso despontou em seu rosto. O melhor seria um refrescante mergulho nas águas plácidas do golfo. Por um instante, pareceu ter ouvido uma voz masculina chamando-a, convidando-a para banhar-se no oceano. Por que não? A praia estava deserta, e Tess era uma ótima nadadora, por que não satisfazer esse impulso? Olhando ao redor, certificou-se de que estava mesmo só e despiu-se, ficando apenas com as roupas de baixo. Se fosse observada a distância, pareceria estar usando um biquíni, ninguém notaria a diferença. Correu de encontro às ondas e mergulhou na água fria. O choque da temper ...

tura da água com seu corpo quente pela caminhada causou-lhe um arrepio. Nadou mais um pouco e virou de costas, admirando as estrelas enquanto boiava sobre as águas. Sentindo-se mais viva do que nunca, mergulhou outra vez e, para exercitar os músculos, brincou despreocupada na superfície. Subia e descia, nadava e mergulhava feliz por sentir-se livre e solta. Fizera natação durante o período escolar, pegando terceiro lugar numa das competições anuais do Estado. No entanto, os dez anos de falta de prática não fez com que esquecesse o treinamento. Ainda conservava sua forma e resistência física. Virando-se de costas outra vez, Tess flutuou tranqüila, movendo as mãos na água até decidir que era o momento de retornar à praia. Olhando para a costa, começou a nadar. Em princípio, não pôde visualizar a praia, e um sentimento de pânico começou a surgir quando notou que não havia nenhum ponto de referência naquela imensa escuridão à sua volta. De repente, um ruído ecoou aos seus ouvidos. Voltou-se em sua direção, avistando uma luz, talvez de uma das casas da praia. Com dificuldade, Tess identificou duas figuras paradas em frente à luminosidade. Ela se afastara tanto assim da costa? De súbito, a luz se apagou, mas o ponto de referência de que precisava já havia sido dado, e Tess começou a nadar em direção à praia. Enquanto nadava, lembrou-se da correnteza. Teria de ficar atenta e evitá-la para não perder a resistência. Por mais que se esforçasse, ainda estava muito longe da costa, e a força da maré não permitia que se aproximasse. Nadou mais rápido, lutando contra o medo de se perder na correnteza do oceano. Fazendo movimentos cada vez mais vigorosos, ela forçava todos os músculos do corpo. Quando parou para tomar fôlego, olhou ao redor. Podia ver o tom mais escuro da terra em contraste com o céu estrelado; então, concluiu que estava conseguindo alcançar a praia. Mas ainda lhe restava um longo percurso. Continuou a na ...

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