Livro: Apaixonada Conquista Página 2

... va aqui no ano passado, e teve um encontro bem desagradável com um crocodilo. — Oh, por Deus! Harry! Harry coçou o queixo. Pela aflição da sobrinha, percebeu a estupidez de suas palavras. — Não estou querendo sugerir que este seja o caso do seu noivo, querida — tentou corrigir-se. — Marcus sabe muito bem cuidar de si mesmo. Dedica-se à fotografia, não é isso? — perguntou, mudando de assunto. — Sim. Ele adora fotografar, e, com as chuvas, as flores silvestres estão brotando por toda parte. — Por que não quis que o acompanhasse? — Tivemos uma pequena discussão — confessou Stephanie. O noivo viera para conhecer seus tios. Marcus, chefe da agência de propaganda onde ela trabalhava, valorizava, acima de tudo, o conforto: apartamento de luxo, comida sofisticada e carros modernos e caros. Mas naquele lugar inóspito, desprovido da comodidade dos grandes centros, ele se sentia deslocado. Stephanie logo constatou que, longe do escritório e dos ambientes a que estava acostumado, assumia um comportamento desagradável. Apesar de tratar com gentileza os tios de Stephanie não perdera a chance de criticá-los, zombando de sua simplicidade, quando ficava a sós com ela. Esse, aliás, havia sido um dos motivos da discussão. Stephanie adorava Harry e Ellen e chocou-se com a atitude desrespeitosa do noivo. Afinal, era um hóspede naquela casa, e ela, a sobrinha dos anfitriões, que a criaram como filha, desde que seus pais morreram num desastre aéreo. Naquela época, ela não tinha mais que quatorze anos de idade e recebera todo o apoio e carinho de que necessitava. — Seja sincera, Steph. Você tem certeza que o ama? — Harry perguntou, preocupado. — Não. Pensei que estivesse apaixonada. — respondeu, abraçando o tio carinhosamente —, mas agora não sei. — Me pareceu um tanto esquisito. — Você ainda não o conhece bem, tio Harry. Marcus é um excelente profissional. Nem chegou aos trinta e cinco anos, e já se fez na vida. C ...

nseguiu fama e reconhecimento no meio publicitário e tem sido muito bom para mim. — E por que não seria? Harry a examinou de relance. Imaginou que muitos homens se sentiriam privilegiados em tê-la por parceira. Stephanie era meiga, inteligente, e bonita. Apesar de agora estar vestida com simplicidade e sem nenhum traço de maquilagem, não deixava nada a dever à mulher que se apresentava com sofisticação enquanto trabalhava na cidade grande. Aliás, achava-a mais bonita assim, despojada, deixando os cabelos castanhos caírem soltos nos ombros, os olhos azuis, quase violeta, brilhando no rosto de pele macia e clara. — Não é difícil, para um homem, ser gentil com você. — Eu estou bem — tranqüilizou-o. — Quanto a isso não tenho dúvidas. As mulheres conseguem tudo o que querem hoje em dia, não é mesmo? — Ele ainda não voltou? — interrompeu-os Ellen, abrindo a porta de tela. Sem querer, ela renovou a angústia da sobrinha. — Não, Ellen — respondeu-lhe o marido. — Não quis, de modo algum, que alguém o acompanhasse — observou a mulher, desconsolada. — Não acredito que esteja andando por aí, sem o jipe. — Se o fez, seria apenas por algumas dezenas de metros — disse Stephanie, levantando os olhos para o céu escuro. — Deveríamos ter saído à procura dele. — Na certa, não iria aprovar essa atitude — retrucou a tia, áspera. Ellen era pequena e magra, de pele morena, os cabelos grisalhos caprichosamente trançados na nuca. Embora andasse sempre de calça comprida, isso em nada diminuía sua feminilidade. Ansiosa, pensava na angústia da sobrinha e imaginava o conflito que havia em seu coração. Marcus era um típico homem urbano. Preparara-se para aceitá-lo, e acabou desapontada com a escolha de Stephanie. O rapaz tinha boa aparência, era extrovertido, porém, perigosamente superficial. Decidiram que, ao amanhecer, organizariam um grupo para uma busca. Jacky Crow aproximou-se da beira da varanda e ouviu ...

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