Livro: Um Casamento Ideal Página 2

... em Administração de Empresas. Tinha estudado idiomas, e tinha passado um ano em Paris e outro em Tóquio antes de voltar para o Sidney para trabalhar para uma empresa rival. Logo se tinha apresentado ao posto no Stanton-Nicols, e o tinha ganho, graças a sua experiência e eficiência. O pensar no passado tinha um certo perigo, pensou Gabbi, enquanto se metia em uma rua de um bairro exclusivo, cheio de casas luxuosas que se escondiam detrás de altos muros, e adornadas com árvores frondosas. Depois de percorrer uns cem metros, parou. Apertou um controle a distância e as portas de ferro forjado se abriram para que passasse. Um caminho em ziguezague a levou até uma casa de estilo mediterrâneo de dois pisos, cravada em uma formosa paisagem, longe da estrada. Tinham sido quatro parcelas com quatro casas adquiridas pelo Conrad Nicols, que tinham sido demolidas para dar lugar a uma casa de milhares de dólares com magníficas vistas do porto. Dez anos mais tarde, adicionaram-se habitações para convidados e garagens para sete carros, remodelado a cozinha e coberto terraços e balcões. Os jardins tinham fontes, pistas esportivas, lagos de adorno e terrenos inspirados no campo inglês, com arbustos e árvores. Era uma pena que Conrad e Diandra Nicols tivessem tido um acidente de carro semanas depois de terminados os acertos. Entretanto, Conrad tinha conseguido depois de morto o que não tinha conseguido em seus últimos dez anos de vida: seu filho e herdeiro havia retornado da América e tinha tomado as rédeas do Stanton-Nicols. Gabbi pôs o carro entre o Jaguar de Benedict e um Bentley negro. Não estava o carro que Benedict usava todos os dias para ir à cidade. As portas da garagem se fecharam. Gabbi recolheu sua maleta do assento de trás e saiu do carro em direção a uma porta lateral onde tocou uns botões, ativando com eles o sistema de segurança que dava entrada à casa. Embora a palavra mansão era mais adequada para defini-la, pensou Gabbi. C ...

amou pelo telefone interior à cozinha. — Olá, Enjoe. Está tudo sob controle? Os vinte anos de trabalho a serviço da família Nicols lhe permitiam responder com uma risada afogada e um: — Sem problemas. — Obrigado — respondeu Gabbi, agradecida, antes de correr pelo corredor para uma escada caracol que subia ao andar de cima. Enjoe estaria pondo os últimos toques ao jantar de três pratos que tinha preparado. Seu marido, Serg, estaria provando a temperatura dos vinhos que Benedict tinha escolhido para que se servissem, e Sophie, a criada por horas, estaria terminando os últimos toques no salão. Tudo o que tinha que fazer era descer, perfeitamente arrumada, quando Serg atendesse a porta e fizesse passar ao primeiro de seus convidados ao salão, em uns quarenta minutos ou algo menos. A mãe do Benedict tinha escolhido carpete de cores pálidas e pintura suave nas paredes, para contrastar com os móveis de mogno. Nos dormitórios, a pintura das paredes fazia jogo com as cortinas e os edredons. Cada habitação era diferente. O dormitório principal estava situado na ala leste da casa. Tinha portas cristalizadas que davam a dois balcões dos que se viam formosas vistas do porto. Durante o dia eram umas vistas panorâmicas, e de noite se transformavam em um espetáculo mágico de luzes e néons intermitentes na distância. Gabbi se tirou os sapatos, as jóias e a roupa e se dirigiu a uma habitação quase tão grande como o dormitório. Era um banheiro luxuosamente decorado em mármore cor marfim com uma banheira enorme e um compartimento com duas duchas. Dez minutos mais tarde Gabbi saía do banho com uma toalha envolvendo seu corpo magro e outra a modo de turbante na cabeça. — Vai tudo bem, Gabbi? — perguntou Benedict, tirando-a jaqueta e afrouxando-a gravata. Benedict tinha um corpo duro. e musculoso e uma cara cujas feições denotavam a origem andaluz de seus ancestrais. Tinha os olhos negros e um olhar intenso que jamais se adoç ...

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