Livro: Ame o que é seu
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Autor - Fonte: Emily Giffin
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...
emily giffin
Tradução
Elenice Barbosa de Araujo
Para minha adorável Harriet
7
Um
ACONTECEUEXATAMENTENOCENTÉSIMODIADOMEUcasamento
com Andy, e por pouco não ocorreu exatamente
às 15h30, horário da nossa cerimônia. Tenho
certeza disso, e não porque eu sou uma daquelas
recém-casadas obcecadas por comemorar cada aniversário
do nosso relacionamento, mas porque eu sofro
de um caso leve de transtorno obsessivo compulsivo,
que me impele a controlar tudo. Eu tenho o hábito de
contar coisas insignificantes como a distância em passos
do meu apartamento até a estação do metrô mais
próxima (341 usando um sapato confortável, ou algumas
dezenas de passos a mais se estiver de salto), o
número de vezes que a frase “conexão incrível” é utilizada
em qualquer reality show para encontrar o par
ideal (sempre na casa dos vários dígitos), os caras que
beijei nos meus trinta anos de vida (nove). Ou, como
naquela tarde fria e chuvosa de inverno, o número de
dias que eu tinha de casada, antes de esbarrar com ele
no cruzamento da Rua 11 com a Broadway.
Olhando de fora, digamos, como um motorista
de táxi observando os apressadinhos que aproveitam
os segundos finais antes do sinal fechar, não passou de
uma cena urbana: dois supostos estranhos, com quase
nada em comum além de um frágil guarda-chuva preto, que, ao atravessar um
cruzamento, rapidamente cruzam o olhar e trocam um cumprimento seco,
ainda que amistoso, antes de seguirem seu caminho.
Mas, para quem sentiu na pele, a história era outra. Na verdade, eu fiquei
desorientada, tremia agitada e quase sem fôlego quando consegui, por fim,
chegar em segurança à calçada e entrar em um restaurante praticamente vazio,
próximo à Union Square. Foi como ter visto um fantasma, pensei eu, uma
daquelas expressões que já tinha ouvido um milhão de vezes, mas que jamais
havia entendido o seu real significado, até aquele momento. Eu fechei o
guarda-chuva e desabotoei o casaco
...
com o coração ainda acelerado. Enquanto
observava a garçonete limpar uma mesa com movimentos firmes e experientes,
fiquei pensando por que o encontro tinha me abalado tanto, e se aquele
momento era inevitável. Não no sentido amplo do destino, mas sim do modo
sorrateiro e teimoso como assuntos mal resolvidos costumam se impor sobre as
almas relutantes.
Depois do que me pareceu uma eternidade, a garçonete me notou parada,
diante de um aviso informando que era preciso aguardar para ser atendido:
— Oh! Não vi que estava aí. Esqueci de tirar a plaqueta depois que o movimento
diminuiu. Vá em frente, escolha onde sentar.
O jeito dela me pareceu tão estranhamente acessível que cheguei a pensar
se ela não seria uma vidente e cogitei até me abrir com ela. Em vez disso, sentei
no banco vermelho de vinil em uma mesa no fundo do restaurante e jurei
jamais tocar no assunto. Dividir isso com um amigo seria um ato de deslealdade
com meu marido. Contar à cínica da Suzanne, minha irmã mais velha, daria início
a uma chuva de discursos sobre casamento e monogamia. Escrever sobre
isso em meu diário daria ainda mais ênfase ao assunto, o que eu estava determinada
a não fazer. Contar ao Andy seria combinar estupidez com autodestruição
e sofrimento. A omissão me incomodava, seria uma mancha escura
logo no início do nosso casamento, mas concluí que seria para o bem.
— O que posso lhe oferecer? — perguntou a garçonete.
Ela tinha cabelos ruivos cacheados e umas poucas sardas; “Annie” estava
bordado em seu uniforme — impossível não pensar na melodia do musical
Annie, da Broadway.
Eu só queria um café, mas me lembrei de como era frustrante, no tempo
em que trabalhava como garçonete, quando alguém pedia apenas algo para
beber, mesmo entre as refeições. Assim, pedi um café e um bagel com semente
de papoula e cream-cheese.
8
— É para já! — disse ela, toda gentil.
Eu sorri e agradeci. Quando ela se virou, em direçã ...
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Comentários:
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Resa Mello: Kd o resto? 08/2021
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