Livro: Perfume de Lilás
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... Navajo Sunrise Elizabeth Lane Clássicos Históricos no 249 Digitalização e revisão: Pat_Santos Ela era seu destino. e seu desejo! México, 1864. Miranda Howell, compadecida do sofrimento do povo navajo, almejava educar as crianças para que pudessem enfrentar o futuro, e não o passado, que ainda lamentavam. Mas cada esforço seu era derrubado pelo orgulhoso guerreiro que desejava apenas fortalecer seu povo. e ajudar Miranda a libertar a paixão de sua alma. Ahkeah conhecia o dever para com seu povo. No entanto, não sabia como enfrentar o inimigo que usava saias e exalava o perfume de lilás. Afinal, Miranda Howell chegara ao deserto cheia de curiosidade e compaixão. e de uma ternura que,lentamente, ia derrubando as paredes ao redor do coração de Ahkeah. Nota histórica Para os oito mil navajos que deixaram o Forte Sumner, a longa jornada para Dinétah levou mais de um mês. Quando avistaram a primeira das quatro montanhas sangradas, alguns choraram, outros cantaram de alegria. Mesmo em sua terra nativa, a vida não foi fácil para os diné. Os campos estavam arruinados e a maior parte do suprimento se fora. Um ano inteiro se passou antes que o governo enviasse carneiros e cabras que o tratado havia prometido. Em vez de se alimentarem dos rebanhos que eram tão vitais para o futuro, muitos navajos continuaram a viver das rações do governo ou de pilhagens. Pouco a pouco, começaram a prosperar. Porém, mesmo assim, estavam rodeados de conflitos. O pior deles, talvez, o constante desrespeito à língua e aos costumes indígenas. A fim de apagar a cultura navajo, o governo forçou centenas de crianças a estudar em distantes internatos. Novos sistemas políticos e econômicos foram impostos. Apesar de tudo, os diné lutaram para preservar o idioma e as crenças. Hoje, há mais de 200 mil navajos vivendo uma reserva do tamanho do Estado da Virgínia. Embora continuem a lidar com os problemas da modernidade. eles permanece ...

uma nação resistente e orgulhosa da própria independência e da riqueza inerente à maneira tradicional de viver. PRÓLOGO Novo México. Março, 1864. Ahkeah levantou-se e fitou a cova que os soldados bilagáana o obrigaram a cavar. Suas mãos estavam esfoladas e as unhas, praticamente congeladas por ter cavoucado a terra fria. Os olhos e a garganta ardiam tanto que ele parecia ter atravessado uma floresta em chamas. Mesmo agora, após empilhar várias pedras sobre a cova, Ahkeah temia que o buraco não fosse profundo o bastante para proteger o corpo de sua mulher das raposas e dos coiotes que se aproximariam, famélicos, tão logo ele partisse. Ela havia falecido naquela tarde, no qüinquagésimo dia da longa caminhada de Dinétah à região que os soldados chamavam de Forte Sumner. A pobre mulher morrera em agonia junto com o bebê, que não teria sobrevivido mesmo que ela houvesse tido forças para dá-lo à luz. A bem da verdade, o oficial que atirara nela lhe fizera uma tremenda caridade. Contudo, foram necessários três amigos para segurar Ahkeah a fim de impedi-lo de estrangular o homem de jaqueta azul com as próprias mãos. De tão desesperado, Ahkeah desejara que o soldado também o matasse. Quisera apenas tombar ao lado do corpo inerte de sua jovem esposa, livre do fardo da dor, da vergonha e da fome que corroía sua vitalidade. Porém a razão lhe oferecera motivos legítimos para viver. Havia pessoas que precisavam dele, sua filha, Nizhoni, cujo nome significava beleza, e a irmã mais velha de sua mãe, que, ao assistir à chacina da família no cânion de Chelly, não mais falara. E existiam outros que necessitavam da força e da voz de Ahkeah. A lua crescente erguia-se acima da colina, formando sombras pelo desolador deserto do Novo México. Nas profundezas da escuridão, o uivo de um coiote despertou Ahkeah. O lamento ecoou através da vasta imensidão. Em tempos passados, Ahkeah teria apreciado o canto de seus irm� ...

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