Livro: A Tortura de um Passado
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... (When Tomorrow Comes) Regan Forest Essas mãos que lhe dão tanto prazer e carinho não podem ser as de um assassino! Digitalização: Carla Matos Revisão: Simone Ribeiro Formatação: Raquel Copyright © 1988 by Regan Forest Publicado originalmente em 1988 pela Harlequin Books, Toronto, Canadá. Todos os direitos reservados, inclusive o direito de reprodução total ou parcial, sob qualquer forma. Esta edição é publicada por acordo com a Harlequin Enterprises B. V. Todos os personagens desta obra são fictícios, qualquer outra semelhança com pessoas vivas ou mortas terá sido mera coincidência. Título original: When tomorrow comes Tradução: Heraldo Galan Copyright para a língua portuguesa: 1991 EDITORA NOVA CULTURAL LTDA. Av. Brigadeiro Faria Lima 2000, 3º andar CEP 01452 — São Paulo — SP — Brasil. Esta obra foi composta na Editora Nova Cultural Ltda. Impressão e acabamento no Círculo do Livro S.A. CAPÍTULO 1 A imagem daquela mulher não lhe saía da cabeça. Como uma sombra fria do passado, insistia em rondar suas lembranças. Ele sentia-se aprisionado, pois sabia que nada poderia fazer para livrar-se dela. Amara-a um dia, mas esse amor desaparecera há muito tempo, deixando apenas marcas de traição e incerteza. Marcas que não lhe permitiam esquecer que Claire, onde quer que estivesse, ainda era sua esposa. Era a segunda semana de março e fazia frio. O vento gelado batia no rosto de Kyle Sanders enquanto cavalgava pelas colinas do Estado de Nebraska. Uma fina camada de neve cobria o chão, abafando o ruído dos cascos do cavalo. Acompanhou uma cerca de arame farpado durante algumas centenas de metros até que esta fez um ângulo reto para a direita. Parou e tirou um mapa do bolso. O vapor de sua respiração se desfazia sobre o papel enquanto o consultava. Aquela cerca marcava os limites da propriedade, deduziu. Virando o animal, tomou rumo sudeste, seguindo em direção ...

o poço de irrigação. Do alto de uma colina, ao pé da qual se estendia um pequeno prado, pôde ver um grupo de máquinas, de vários tipos, semicobertas por uma grossa camada de neve. Aproximou-se. A neve escondia montes de equipamentos, fardos de feno e até eletrodomésticos quebrados. Árvores desfolhadas pelo rigoroso inverno velavam aqueles objetos, como guardiãs de um estranho cemitério. Checou o mapa novamente. Aquela área fazia parte da propriedade, de fato, mas o corretor se esquecera de mencionar que era usada como depósito de lixo. Uma distração, provavelmente; todos os grandes ranchos têm seus "cemitérios" e ninguém prestara atenção ao fazer o loteamento. Inclinou-se para a frente, na cela. Deu dois tapinhas carinhosos no pescoço musculoso do cavalo, quebrando o silêncio que envolvia o campo nevado. Pensava no passado, olhando para o amontoado de sucata. Sem dúvida tinham muito em comum. Sua vida fora assim até então: escombros cobertos por uma fina película de neve, suficiente para esconder a ferrugem e a sujeira, mas não para impedir que a verdadeira forma se revelasse. Se conseguisse se livrar dessas sombras, poderia tentar um recomeço naquele rancho. Com um pouco de sorte, descobriria um modo de esquecer as dores do passado. E com mais um pouco, reencontraria Claire. As árvores que cercavam a casa eram escuras, silhuetas desenhadas contra o horizonte. O céu estava nublado. Tudo indicava que ainda havia mais neve por cair. Puxou a rédea e voltou a montaria para o córrego congelado. Havia comprado um bom lugar: terra plana perto do rio, e montanhosa em direção ao norte; um pequeno lago fornecia irrigação para toda a propriedade, favorecendo o plantio. Parecia também adequado para um pasto. Mas isso não fazia diferença. Tudo o que desejava era espaço para viver. A perua cinza de Ted Prouty, um vizinho, estava estacionada em frente à casa, e ele saiu do carro quando viu o cavalo. — Olá, Kyle! Onde esteve? Dand ...

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