Livro: Engano fatal - Ana Vera Lemos
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... Ana Vera Lemos Qualquer pessoa de bom gosto, com um pouco de dinheiro no bolso, pode fazer de uma noite uma grande festa, quando conhece os melhores locais de uma cidade grande. Se essa pessoa tiver essas qualidades e ainda morar ao Rio de Janeiro, com certeza poderá fazer de suas noites verdadeiras viagens ao paraíso. Apesar da aparente despreocuparão e da firme decisão de aproveitar aquela noite ao máximo, Roberto Alencar se sentia ameaçado. Era um homem de gostos refinados e mantinha-os à custa de desfalques que praticava. Ângela Nogueira poderia pôr tudo a perder, por isso ele decidiu eliminá-la. Não contava, porém, com três obstáculos que o destino poria em seu caminho: um engano fatal, um maluco apaixonado e um investigador persistente. Digitalização: Rosana Gomes Revisão: Cassia Coleção Paixão Ardente Querida Leitora, O que separa a realidade da fantasia? Nossos desejos se manifestam das mais diferentes formas. E mesmo que nem todos se tornem realidade, terão valido a pena se nessa caminhada aprendermos novas lições. Enquanto a realidade se desenrola, as paixões também seguem seu curso. E nada pode tirar de nós a fantasia de sermos felizes. Este novo romance conta mais uma história de realidades e fantasias. Cabe a você lutar para torná-las uma coisa só. Boa Leitura! Ana Vera Lemos Engano Fatal Capa: Rogério Sooud Capítulo 1 Qualquer pessoa de bom gosto, com um pouco de dinheiro no bolso, pode fazer de uma noite uma grande festa, quando conhece os melhores locais de uma cidade grande. Se essa pessoa tiver essas qualidades e ainda morar no Rio de Janeiro, com certeza poderá fazer de suas noites verdadeiras viagens ao paraíso. Apesar da aparente despreocupação e da firme decisão de aproveitar aquela noite ao máximo, Roberto Alencar não conseguia se livrar da apreensão que as palavras de Ângela, em tom de ameaça, haviam provoc ...

do nele, naquela tarde de sexta-feira. Ângela era uma maluca. Simplesmente ela não conseguia entender que tudo passara, que fora apenas uma diversão, uma aventura sem maior importância, qualquer coisa semelhante ao que Laura Pessoa representava na vida dela, naquele momento. Roberto era um homem ardente, impulsivo, porém volúvel. Ao se apaixonar, ele sempre supunha ser a primeira e definitiva vez em sua vida. Agindo dessa forma ele podia encontrar muita emoção naqueles seus relacionamentos passageiros. Cada mulher era uma paixão definitiva, enquanto durasse. O apetite de Roberto não se concentrava num determinado tipo. Interessavam-lhe as mulheres, de um modo geral. Ele as queria a todas, da secretária à dama da alta sociedade que cedia aos seus assédios. Não era um homem rico, nunca pudera ser. Sabia se divertir, viver bem, e isso exigia muito dinheiro. Para alguém numa posição como a dele, com aquela enorme sede interior de viver intensamente, não fora mais do que uma necessidade avançar em atos escusos, para obter aquilo que pagava seus caprichos e sua boa vida. Era um homem inteligente. Mesmo roubando a firma que dirigia Roberto o conseguia fazê-lo sem despertar suspeitas, legalmente, impunemente. Só não conseguia entender como Ângela Nogueira conseguira chegar à verdade. Ela se apegara a ele, exigia-o, agora que descobria seu segredo. Roberto não via nenhuma saída para aquela situação tão melindrosa. Por um lado, Ângela já não mais o interessava; por outro tinha de agradá-la, senão tudo iria por água abaixo. Para ele, no entanto, nada havia de pior que estar com uma mulher que nenhuma emoção mais lhe despertava. Sentia puro ódio por Ângela. Nada havia a ser feito que pudesse suavizar aquele relacionamento. Era preciso pôr um fim naquilo tudo, mas a solução única assustava Roberto, ao mesmo tempo em que o tentava, enchendo-o de uma volúpia estranha e perigosa. Era quase o mesmo tipo de volúpia que sentia agora, ...

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