Livro: Uma chance de ser feliz Página 2

... tradicional, envolvendo processos de produção em massa e distribuição para grande consumo, e existe a nova economia, com mercados definidos e empregos distribuídos com muito mais eficiência. O Quimera emula a nova economia, forçando os jogadores a conseguir seu objetivo pelos meios mais eficientes. Num certo sentido, é uma experiência de aprendizado. Para vencer, o jogador deve ser mais engenhoso do que seu oponente. E este é o segredo do sucesso nos negócios, hoje em dia. Os homens escutavam, progressivamente interessados. Em várias oportunidades, Donovan forneceu exemplos específicos, que envolviam inclusive a elaboração do próprio livro. Liz ficou tão fascinada quanto os outros no instante em que a sessão terminou. Os executivos avançaram para cumprimentar o homem responsável pela realização de inúmeros empreendimentos comerciais na década anterior. Ela, porém, permaneceu onde estava, até que o último dos grupos passasse e o gênio em pessoa se aproximasse. — Você deve ser Elisabeth Jerome — disse ele, no mesmo tom calmo e controlado que usara na palestra. Mais uma vez ela se encantou com a educação daquele homem, tão diferente dos chefes de empresa com os quais trabalhara no passado. Imaginou se seria tudo representação. Mas ele estendeu a mão e sorriu, relaxado. — Isso mesmo — respondeu ela, retribuindo o aperto com energia. — Impressionante! Você usa a adversidade como vantagem. Estou contente por ter assistido à palestra. — Para dizer a verdade, não planejei dessa forma. Eu a esperava só ao meio-dia. — Consegui apanhar um vôo para Albany algumas horas antes do que havia programado — explicou Liz. Donovan a observava atentamente. Sem graça, ela dirigiu o olhar ao redor. — Seu motorista felizmente estava adiantado. Obrigada por enviá-lo. Por que escolheu Troy para construir suas instalações, quando todos os seus outros investimentos estão em Manhattan? — Manhattan me deixa nervoso. Acho que ...

no fundo sempre fui um garoto do interior. Ela retribuiu o olhar profundo e, ao ver-lhe o sorriso, sentiu-se estranhamente vulnerável. — Um garoto do interior? Mas os negócios são seu forte. — Talvez — murmurou ele, oferecendo-lhe o braço. —Vamos até meu escritório. Deixe-me mostrar meus domínios. Liz sabia que ele estava brincando, mas se sentia pouco à vontade. Donovan devia ter percebido a tensão, pois passou à frente. O escritório era pouco mais do que uma versão em miniatura do aposento do qual haviam acabado de sair. As paredes, de tijolo aparente, estavam marcadas pelo tempo em alguns pontos. Um arquivo simples ficava contra a escrivaninha, na verdade uma porta antiga de pinho sobre dois cavaletes. A única concessão à modernidade era um computador. Gesticulando em direção a uma cadeira, Donovan sentou-se na poltrona do outro lado da escrivaninha e rodou pelas tábuas de carvalho do assoalho até ficar próximo a ela. Inclinou-se para frente, apoiando os antebraços sobre os joelhos. — Há quanto tempo trabalha com Karen Long? — indagou. Liz cruzou as pernas e entrelaçou as mãos no colo. Rezou para que sua aparência fosse profissional. O terno acinzentado sempre complementava a pose. Entretanto, algo nos olhos dele a fazia sentir-se diferente. — Há seis anos. Fui trabalhar com ela logo depois de terminar a faculdade. — Você é formada em relações públicas? — Sou — disse ela, sentindo que Donovan colocava em dúvida a sua capacidade profissional. — Posso assegurar que sou qualificada para lidar com seus problemas. Já tive outros, complicados e. — Sei disso — interrompeu ele, sorrindo e recostando-se na cadeira. — Karen me deu um resumo dos clientes com os quais você já trabalhou. Calma, não pretendo morder ninguém. — Sei disso. É só que. bem, você é muito. diferente. — De que forma? — indagou ele, inclinando a cabeça. — Não sei. acho que é seu jeito. Eu esperava um pouco ma ...

Comentários:

Deixe aqui seu comentário sobre este livro: