Livro: Beijo da Lua Página 3

... sobre sua boca e ela se encolheu. Agora os dois olhos dele estavam visíveis num raio de luar, advertindo-a, ameaçando-a de uma forma sombriamente macabra. Ele não a jogaria para os outros, jogaria? Procurou os olhos dele para encontrar a resposta a esse medo, mas ele virou a cabeça para ouvir melhor. — Ela correu para o outro lado? O lugar está totalmente aberto. Vigie essa saída, certo? Uma grande mão lhe explorou o corpo, das costas ao pei¬to, lentamente, sem fazer nenhum som. Quando apertou-lhe o seio, ela mordeu os lábios para não gritar e engoliu a bile que lhe chegou à garganta. Agora ele lhe comprimia a boca com tanta força que os dedos lhe apertavam os dentes. — Tão doce — sussurrou num tom mais calmo, mais apa¬vorante —, seu medo me excita. A escuridão tentou lhe tomar o cérebro. Não ouse des¬maiar. Tinha que ficar alerta. Ou seria melhor se não soubesse como a noite terminaria? Sua vida ainda não lhe passara como um relâmpago pela men¬te, assim isso significava que haveria apenas tortura e dor? Vamos, Bella, disse a si mesma silenciosamente, onde está seu costumeiro otimismo? Você está segura, apenas continue nos braços desse homem. A náusea lhe tomou as entranhas e, quando os músculos das pernas amoleceram, seu captor apertou o quadril contra ela para comprimi-la contra a parede. — Aguente, doçura — murmurou ele. — Eles podem es¬tar famintos por seu sangue, mas são incapazes de sentir o cheiro de estrume num jardim. Famintos por seu sangue? Isto significava que eram. Não, coisas. Criaturas. Como aquelas não existiam. Era apenas uma gangue de homens selvagens e bêbados que queriam atormentar uma mulher. Os dedos em seu seio encontraram-lhe o mamilo, que en¬dureceu ao toque. Não estava excitada. Era o medo que inten¬sificava sua reação a cada toque, som e cheiro. Um beliscão forte a vez voltar a atenção para o momento. — Fique atenta, doçura — resmungou. — Eles estão do outro lado ...

o armazém e logo desistirão, tenho certeza. — Ela murmurou alguma coisa sob a mão dele e ele a compri¬miu com mais força, então aliviou. — Fique quieta, ou será seu funeral. Quando ele lhe tirou os dedos de sobre a boca, ela sen¬tiu que ainda estavam lá. Mexeu os lábios e abriu a boca, o queixo doendo. — Cosmopolitans, não é? Assustada à sugestão, ela percebeu que ele devia ter senti¬do o cheiro da bebida em seu hálito. Mas, como poderia? To¬mara apenas um durante o encontro da tarde com um cliente em potencial. Isso fora seis horas antes. Naturalmente, não comera desde então. — O. O que eles são? — sussurrou. Ele lhe apertou a cabeça no peito, o que efetivamente aba¬fou sua voz. — Vampiros, e estão com fome. Ela tivera essa impressão no momento que um deles lhe mostrara os caninos enormes. Isso estava errado, não acredi¬tava em vampiros. — Foram embora. Ela lutou para se soltar, mas ele rapidamente lhe segurou os pulsos. — Vão circular o edifício e fazer buscas na área. Ainda não está segura, doçura, assim, fique calma. Ela acenou, concordando. Ele parecia disposto a mantê-la protegida e invisível, mas por quê? Por suas próprias inten¬ções malévolas? — Hum, mas eu posso ficar calmo? — Mais uma vez ele lhe cheirou os cabelos, então abaixou a cabeça e lambeu-lhe o queixo. — Vou vomitar — sussurrou Bella, esperando que isso o desanimasse. O som de pés batendo na calçada do lado de fora da janela a alertou. Seu captor apertou-lhe de novo a cabeça contra o peito, esmagando seus seios contra o suéter quente e áspero que usava sob a jaqueta de couro. Ele a segurava com tanta força que ela temeu que lhe quebrasse um osso. — Aqui, bonitinha, bonitinha — surgiu uma voz do lado de fora. Um assobio baixo cortou o ar noturno. O som fez Bella estremecer. Ele tinha razão, os homens circulavam o prédio. Por quanto tempo ficariam por ali antes de desistirem? Po¬deria segurar o choro enqu ...

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