Livro: Beijo da Lua Página 2

... o piso de concreto, mãos fortes a agar¬raram pela cintura e a puxaram para a escuridão. O homem que a segurava respirava pesadamente, como se estivesse tão cansado como ela. O hálito quente lhe atingiu o rosto. O cheiro era fortemente masculino, terreno. Não era um dos perseguidores de dentes longos, mas não conseguia saber se estava a salvo. Os braços fortes a apertavam, circulando-a, mantendo-lhe os braços presos. Ele recuou um passo, puxando-a para um ponto ainda mais escuro. Uma janela à esquerda, fechada com tábuas mal pregadas, deixava entrar tênues raios da lua crescente. Uma farpa de madeira lhe feriu o ombro e um pre¬go lhe agarrou a camiseta, Bella lutou. — Solte-me. Quem é você? — Eu a salvei daqueles idiotas loucos lá fora. Não vai me agradecer? — Se me soltar. Ele roçou o nariz em sua testa, como se lhe sentindo o cheiro. — Acho que não. A intensidade dele agora a amedrontava mais que seus caçadores. Os braços apertados em torno de seu corpo, ele a estudou, como ela também o estudava. O rosto a milímetros do dela, a postura agressiva. Ombros largos e quadril firme contra o dela. Era duas vezes mais largo que ela e uma ca¬beça mais alto. Todo músculo e poder. Maior que todos os parceiros de dança com quem se apresentara durante anos. Os músculos firmes dos braços pulsavam contra seus om¬bros, apertando-a de modo desconfortável. Ele riu e conti¬nuou a lhe cheirar o rosto, o nariz chegando à orelha. Repugnada, Bella se mexeu, procurando um meio de se soltar daqueles braços. Quando o grito chegou-lhe à gargan¬ta, uma palma lhe fechou a boca. Virou a cabeça, mas ele a comprimia com tanta força que os lábios se achataram contra os dentes. — Shh, linda. — A voz de seu captor era profunda e tran¬quilizadora. Era gentil demais. Atraente demais. Para um homem que poderia feri-la. — Eles estão aqui, olhando pela porta de entrada. Quer que a solte e deixe que enfrente três perseguidores em vez de ap ...

nas um? Um gemido lhe escapou da garganta. Dedos fortes lhe apertaram o braço. — Ouça. As lágrimas lhe queimando os olhos, Bella ouviu, os três homens haviam entrado no armazém, caminhando lentamen¬te, cuidadosamente, os passos leves percorrendo o piso de madeira. Eram todos bem mais altos que ela, a maioria dos homens ultrapassava seu 1,60m. Vestidos em roupas negras e pare¬cendo muito góticos, o trio era ameaçador. O couro grosso e maleável da jaqueta de seu captor lhe apertava os seios e o ventre, enquanto ele comprimia o peito contra o dela. Os músculos sólidos a aprisionavam e ameaçavam a cada pequeno gesto que ele fazia. Uma sensação de prudência a fazia ficar quieta, a não fa¬zer qualquer ruído. Entretanto, os dedos de Bella se move¬ram sobre a madeira áspera atrás dela. Se pudesse encontrar um prego para usar como arma. Um raio fraco do luar iluminou o canto da testa de seu captor, mostrando cabelos escuros e lisos penteados para trás e cobrindo as orelhas. Havia um brilho tênue no único olho visível, de um castanho escuro e intenso, cercado por olhei¬ras fortes. Teria caído nos braços de um sem-teto? Mas ele não chei¬rava a bebida ou a corpo sujo. Mesmo que fosse, não podia se afastar e a mão que lhe cobria a boca a feria. Alguém pisou numa pequena pilha de madeira solta e o coração de Bella bateu com mais força. Teve medo que o ouvissem. O homem que a segurava passou o nariz por sua face e uma língua quente lambeu uma lágrima que descia. Embora quisesse vomitar, gritar, lutar por sua vida, Bella podia ape¬nas tentar dominar o horror e rezar para não fazer qualquer ruído que atraísse os outros para ela. Ouviu o som de pés se arrastando ali perto e então uma pilha de tábuas caiu. Pelo visto, seus perseguidores estavam atirando coisas. — Onde diabos ela se meteu? — Fica frio, cara, ela está aqui em algum lugar. Um gemido roçou as cordas vocais de Bella. Seu captor aper¬tou ainda mais a mão ...

Comentários:

Deixe aqui seu comentário sobre este livro: