Livro: Romance real Página 2
Autor - Fonte: Nora Roberts
...om um ornamento em torno de uma barba branca que contrastava com uma cabeça lisa e calva.
Os olhos eram astutos, cansados, mas amáveis. Quando o homem lhe segurou a mão, ela não lutou.
— Minha querida. - disse ele com uma voz reservada e reconfortante. Em seguida, afagou-lhe o punho suavemente, até senti-la relaxada. — Está tudo bem. Agora está em segu¬rança.
Podia sentir a mão do homem segurando-lhe o pulso, mas continuou fitando-o nos olhos. Segurança. Ainda cautelosa, vagueou o olhar ao redor. Hospital. Embora o quarto fosse quase elegante e bastante espaçoso, sabia que estava em um hospital. No ar pairava um cheiro forte de flores e anti-sépticos. Nesse instante, notou a presença de outro homem de pé ao lado da cama. Impecavelmente vestido, tinha o porte de um militar. Os cabelos estavam começando a ficar grisalhos, mas ainda eram bastante escuros e vastos. A face era magra, aris¬tocrática e bonita. Austera, pensou ela, mas clara, muito clara, comparada aos círculos escuros que lhe sombreavam a região abaixo dos olhos. Apesar da postura e das vestes, parecia não dormir havia vários dias.
— Meu bem. - a voz falhou enquanto ele se abaixava para segurar-lhe a mão livre. Havia lágrimas juntamente com suas palavras quando levou os dedos dela aos lábios. Ela pensou ter sentido a mão, que era forte e firme, tremer ligeiramente. — Nós a temos de volta agora, meu amor. Nós a temos de volta.
Não se afastou. A compaixão a proibia. Com...
a mão relaxa¬da sob a dele, estudou-lhe a face pela segunda vez.
— Quem é você?
O homem ergueu a cabeça. Os olhos úmidos a fitaram per¬plexos.
— Quem.
— Você está muito fraca. - o doutor interveio num tom suave, desviando a atenção da paciente. Ela o viu colocar uma das mãos no braço do outro homem, se em uma tentativa de contê-lo ou confortá-lo, não saberia precisar. — Passou por um desgaste emocional muito grande. A confusão inicial é natural.
Deitada de costas sobre a cama, ela viu o doutor fazer si¬nais ao outro homem. Uma forte onda de náusea brotou em seu estômago. Estava morna e seca, percebeu. Morna, seca e vazia. Tinha um corpo e estava cansado. Mas dentro do cor¬po havia um vácuo. Sua voz soou surpreendentemente forte quando voltou a falar. Ambos os homens atenderam-na ao mesmo tempo.
— Não sei onde estou. - sob a mão do médico seu pulso acelerou e então voltou a se normalizar. — Não sei quem sou.
— Passou por uma experiência terrível, minha querida. - murmurou com ternura o doutor, enquanto seu cérebro dispa¬rava. Especialistas, pensou. Se ela não recuperasse a memória dentro de 24 horas, precisaria de cuidados especiais.
— Não se lembra de nada? - perguntou o outro homem. Com sua postura empertigada e os olhos cansados pela falta de sono, olhou para baixo e a fitou.
Atordoada e lutando contra o medo, ela começou a tentar se erguer. O médico murmurou algo e a acomodou de volta nos travesseiros. Então, lembrou-se de estar correndo, da tem¬pestade, da escuridão, luzes que surgiram à sua frente. Cerran¬do as pálpebras com força, lutou para manter a compostura, sem saber por que aquilo era tão importante. Sua voz ainda era forte, mas dolorosamente oca quando abriu a boca para falar mais uma vez.
— Não sei quem sou. Alguém pode me dizer?
— Depois que descansar um pouco mais. - começou o doutor, mas o outro homem o cortou com apenas um olhar. E um olhar, que ela percebeu à primeira vista, arrogante e do¬minador.
— Você é minha filha. - disse ele, pegando a mão dela mais uma vez e segurando-a com firmeza. Até mesmo as luzes trêmulas haviam cessado. — É Vossa Alteza sereníssima Gabriella de Cordina.
Pesadelo ou conto de fadas?, ela desejou saber, enquanto o encarava. Seu pai? Vossa Alteza sereníssima? Cordina. Pen¬sou ter reconhecido o nome e até gostou dele, mas que conver¬sa era aquela sobre realeza? Quando começava a repudiá-lo, contemplou-lhe a face. Aquele homem não mentiria. Tinha uma expressão impassível, mas os olhos estavam tão repletos de emoção, que a atraíam, até mesmo desmemoriada.
— Se sou uma princesa. - começou e o tom reservado de sua voz causou um flash de emoção na face do homem. Diver¬são?, ela desejou saber. — Isso faz do senhor um rei?
Ele quase sorriu. Talvez o trauma tivesse lhe confundido a memória, mas ela ainda era a sua Brie.
— Cordina é um principado. Sou o príncipe Armand. Vo...
Então, lembrou-se de estar correndo, da tem¬pestade, da escuridão, luzes que surgiram à sua frente. Cerran¬do as pálpebras com força, lutou para manter a compostura, sem saber por que aquilo era tão importante. Sua voz ainda era forte, mas dolorosamente oca quando abriu a boca para falar mais uma vez.
— Não sei quem sou. Alguém pode me dizer?
— Depois que descansar um pouco mais. - começou o doutor, mas o outro homem o cortou com apenas um olhar. E um olhar, que ela percebeu à primeira vista, arrogante e do¬minador.
— Você é minha filha. - disse ele, pegando a mão dela mais uma vez e segurando-a com firmeza. Até mesmo as luzes trêmulas haviam cessado. — É Vossa Alteza sereníssima Gabriella de Cordina.
Pesadelo ou conto de fadas?, ela desejou saber, enquanto o encarava. Seu pai? Vossa Alteza sereníssima? Cordina. Pen¬sou ter reconhecido o nome e até gostou dele, mas que conver¬sa era aquela sobre realeza? Quando começava a repudiá-lo, contemplou-lhe a face. Aquele homem não mentiria. Tinha uma expressão impassível, mas os olhos estavam tão repletos de emoção, que a atraíam, até mesmo desmemoriada.
— Se sou uma princesa. - começou e o tom reservado de sua voz causou um flash de emoção na face do homem. Diver¬são?, ela desejou saber. — Isso faz do senhor um rei?
Ele quase sorriu. Talvez o trauma tivesse lhe confundido a memória, mas ela ainda era a sua Brie.
— Cordina é um principado. Sou o príncipe Armand. Você é minha filha primogênita. Tem dois irmãos, Alexander e Bennett.
Pai e irmãos. Família, raízes. Nada a fazia recordar.
— E a minha mãe?
Dessa vez foi capaz de ler a expressão no rosto do homem com extrema facilidade; dor.
Armand caminhou pelo corredor com seu passo rápido e treinado, enquanto um membro da Guarda Real o seguia de perto. Queria apenas ficar só. Deus, tudo que desejava era trancafiar-se em algum lugar fechado. Lá, poderia liberar um pouco da tensão e angústia que o oprimia. Sua filha, seu te¬souro, quase a havia perdido. E agora que a tinha de volta, fitava-o como se ele fosse um estranho.
— Morreu quando você estava com 20 anos. Desde então você passou a ser minha anfitriã oficial, assumindo os deveres que eram dela. Brie. - o tom formal e imparcial amoleceu. — Nós a chamamos de Brie. - dizendo isso, virou-lhe a mão direita para cima, de modo que o anel de safiras e diamantes brilhasse em sua direção. — Presenteei-a com isto no seu vi¬gésimo primeiro aniversário, quase quatro anos atrás.
Ela olhou a jóia e a mão forte e bonita que segurava a sua. Não se lembrava de nada. Mas sentia. Confiança. Quando voltou a erguer os olhos, esboçou um meio sorriso.
— Tem um excelente gosto, Vossa Alteza.
O homem sorriu e ela imaginou que o pai estava prestes a chorar. Assim como ela.
— Por favor. - disse para o bem de ambos. — Estou muito cansada.
— Sim, claro. - o médico deu-lhe uma palmadinha de leve n...
cê é minha filha primogênita. Tem dois irmãos, Alexander e Bennett.
Pai e irmãos. Família, raízes. Nada a fazia recordar.
— E a minha mãe?
Dessa vez foi capaz de ler a expressão no rosto do homem com extrema facilidade; dor.
Armand caminhou pelo corredor com seu passo rápido e treinado, enquanto um membro da Guarda Real o seguia de perto. Queria apenas ficar só. Deus, tudo que desejava era trancafiar-se em algum lugar fechado. Lá, poderia liberar um pouco da tensão e angústia que o oprimia. Sua filha, seu te¬souro, quase a havia perdido. E agora que a tinha de volta, fitava-o como se ele fosse um estranho.
— Morreu quando você estava com 20 anos. Desde então você passou a ser minha anfitriã oficial, assumindo os deveres que eram dela. Brie. - o tom formal e imparcial amoleceu. — Nós a chamamos de Brie. - dizendo isso, virou-lhe a mão direita para cima, de modo que o anel de safiras e diamantes brilhasse em sua direção. — Presenteei-a com isto no seu vi¬gésimo primeiro aniversário, quase quatro anos atrás.
Ela olhou a jóia e a mão forte e bonita que segurava a sua. Não se lembrava de nada. Mas sentia. Confiança. Quando voltou a erguer os olhos, esboçou um meio sorriso.
— Tem um excelente gosto, Vossa Alteza.
O homem sorriu e ela imaginou que o pai estava prestes a chorar. Assim como ela.
— Por favor. - disse para o bem de ambos. — Estou muito cansada.
— Sim, claro. - o médico deu-lhe uma palmadinha de leve n...
Comentários:
anny gabrielly: Bonito esse romance..
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