Livro: Ousado Coração
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... Nina Beaumont Copyright © 1997 by Nina Gettler Publicado originalmente em 1997 pela Harlequin Books, Toronto, Canadá. Todos os direitos reservados, inclusive o direito de reprodução total ou parcial, sob qualquer forma. Esta edição é publicada por acordo com a Harlequin Enterprises B.V. Todos os personagens desta obra, salvo os históricos, são fictícios. Qualquer outra semelhança com pessoas vivas ou mortas terá sido mera coincidência. Título original: Surrender The Heart Tradução: Cláudia Sant’Ana Martins EDITORA NOVA CULTURAL LTDA Rua Paes Leme, 524 - 10- andar CEP 05424-010 - São Paulo - Brasil Copyright para a língua portuguesa: 1997 EDITORA NOVA CULTURAL LTDA. Fotocomposição: Editora Nova Cultural Ltda. Impressão e acabamento: Gráfica Círculo Digitalização: Afrodite Revisão: Josina Christopher era a salvação de Ariane. Mesmo assim ela não o queria! Paris, 1855. Ariane de Valmont prezava sua independência acima de tudo e, para preservá-la, armara um plano com um atraente americano. Agora, porém, ela temia que, nesse jogo perigoso, o bom selvagem, como a sociedade parisiense o chamava, tivesse as melhores cartas! Filho do escândalo, Christopher Blanchard provocava sensação na alta sociedade. Ele queria apenas acertar velhas contas e voltar rapidamente ao seu país, mas acabou atraído pelos olhos sedutores de Ariane de Valmont, que lhe prometiam amor eterno. UM Paris, outubro de 2855. – Ariane, com essa expressão entediada, você nunca arranjará marido. A custo, Ariane de Valmont conseguiu evitar demonstrar o quanto estava exasperada. Curvando os lábios num sorriso fingido, inclinou-se para poder enxergar melhor o palco. Daquele ângulo, talvez sua mãe não pudesse ver sua expressão com nitidez. Recusava-se a se divertir, embora as deliciosas canções da opereta de Offenbach lhe dessem vontade de sapatear, e os trejeitos dos deuses gregos no palco fossem muito engraçados ...

Observando o teatro, constatou que era bonito. Apesar do excesso de ornatos em ouro e do veludo vermelho, estava lotado. As senhoritas, sozinhas ou com os pais, com as damas de companhia ou com os amantes ficavam nos camarotes. Os homens solteiros, nas cadeiras de pista. Ariane notou, aborrecida, que parecia ser a única cujo espírito não se harmonizava com a alegria que impregnava o teatro. Por outro lado, havia mais alguém que não prestava atenção ao que se passava no palco. Sorrisos e olhares de flerte eram trocados com uma velocidade estonteante. Aquilo fazia com que se lembrasse das feiras de cavalos de sua terra, pensou, com desprezo, aonde chegavam homens de toda região com seus animais de crinas e caudas trançadas com fitas coloridas, esperando atrair um comprador rico. A única diferença na platéia era que o preço de uma esposa rica e de sangue azul, ou de uma bela amante, era muito mais alto. A idéia de que Ariane não era diferente de todas elas não melhorava em nada seu humor. O pai a arrastara até Paris para que arrumasse um bom partido. A única preocupação dele eram herdeiros do sexo masculino para cuidar da fortuna dos Valmont. Então, ali estava Ariane, à mostra, os cabelos bem penteados e um vestido de seda cor-de-rosa, muito elegante e caro. Lembrar-se do quanto cobrara o estilista parisiense, que passara um mês inteiro em sua casa com um exército de costureiras, piorava ainda mais seu estado de espírito. Tentara fazer o conde de Valmont entender que teria sido muito melhor usarem o dinheiro para mandar consertar os estábulos. Mas ele fizera um gesto de pouco caso e comentara que não lhe faltavam recursos. Ariane não se dera ao trabalho de mencionar que só desfrutavam daquela situação privilegiada porque ela passava boa parte de seu tempo contornando diplomaticamente as decisões que o pai tomava ao administrar as propriedades. Apoiando o queixo na palma da mão, Ariane olhou para as cadeiras do palco. Os homen ...

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