Livro: Vitória amarga Página 3

... sar de se ter que esforçar, levando um ou dois segundos para tal, Lawson Giordano conseguiu sufocar o seu riso . embora tivesse permanecido um trejeito nos seus lábios, o que irritou a jovem. - Não? - Claro que não! - interrompeu-o. - E eu caí por tua culpa! - Minha? - Não estava à espera de encontrar aqui ninguém e tu . assustaste-me - aclarou. Os seus olhos avaliaram com uma rapidez de perito a delgada figura feminina. - Pensaste que eu fosse um violador enlouquecido pela luxúria, que andava pelos campos em busca de mulheres com pouca roupa para seduzi-las imediatamente? O olhar furioso de Cheska intensificou-se. Nunca tinha pensado que tinha pouca roupa . até ele se ter referido a isso. No entanto, agora sentia-se como uma fugitiva de um espectáculo de strip-tease em Las Vegas. - Estavas a observar a casa e pensei que te preparavas para assaltá-la - replicou, descobrindo, de súbito, que ele estava a olhar fixamente. Cheska corou, porque percebeu que ao cruzar os braços tinha levantado os seios, que estavam prestes a sair do decote do corpete. Baixou os braços rapidamente e deu dois ou três passos para se aproximar da margem, mas ao alcançar o seu objectivo torceu o nariz. A borda do lago era uma parede de musgo e pedras quase vertical. De que maneira poderia subi-la? - Posso ajudar-te? - ofereceu-se com a voz profunda e provocante que ela conhecia tão bem. Quando lhe estendeu um braço bronzeado, Cheska contemplou-o com cautela. Não queria tocá-lo. Nem que houvesse o menor contacto físico com aquele homem. Não, obrigada. Nunca mais. - Arranjo-me sozinha - informou-o com a altivez de uma duquesa. - Não serás capaz - replicou, movendo a cabeça. Depois de observar mais atentamente a borda da represa, Cheska soltou um grito silencioso. Rangeu os dentes. Não só lhe incomodava a ideia de tocar naquele homem, também lhe indignava que fosse Lawson Giordano a dominar a situação . como tantas vezes antes. Não obstante, tinha outr ...

alternativa? De qualquer dos modos . preferia ir para o inferno a arrastar-se de joelhos à sua frente! Embora naquele momento o inferno estivesse muito longe e a mão que lhe oferecia ajuda, muito perto. - Não serei capaz - aceitou com um sorriso forçado, ao mesmo tempo que pegava na mão estendida. "Dar-lhe-ia uma boa lição se, em vez de me deixar tirar, o puxasse para dentro de água", pensou quando o seu salvador abriu as pernas, preparando-se para levantá-la. Merecia aquele mergulho como castigo pelo seu riso e pelas suas cruéis manipulações no passado. Ainda para mais, nada lhe provocaria melhor satisfação do que manipulá-lo, de modo a que caísse na represa. E se não soubesse nadar . azar! Ela não era socorrista. - Nem tentes - advertiu-a Lawson. De repente dançou no ar até ir bater na parede dos firmes músculos daquele homem. - Oh! - gemeu. Obedecendo a um reflexo, agarrou-se aos ombros de Lawson e ele, obedecendo a outro reflexo, enlaçou-a pela cintura. Respirando com dificuldade, permaneceram juntos, corpo contra corpo, olhando-se nos olhos. - Sempre foste uma parva pouco colaboradora e não mudaste - acusou-a. Depois a sua cabeça escura inclinou-se, tapando o sol, para beijar a rapariga. Ao ser apanhada de surpresa, Cheska abriu a boca para protestar. E foi esse o seu primeiro erro, já que ao entreabrir os lábios, ele beijou-a mais profundamente. O seu segundo erro foi não tê-lo empurrado. Mas como podia fazê-lo se Lawson já tinha iniciado a sedutora exploração à sua boca, saboreando-a enquanto ela o saboreava também? Aquele sabor a homem, limpo, embriagador, fê-la reviver situações muito variadas. À medida que o beijo se tornava mais denso, Cheska começou a ficar tonta e os joelhos dobraram-se. Oprimiu com mais força os ombros daquele homem arrogante, para se manter em pé. O seu terceiro erro foi, só agora percebia, permitir que a abraçasse, pois ao separarem-se, 10 Lawson sorriu-lhe com um gesto conf ...

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