Livro: A união do desejo Página 2

... o céu iluminado apenas pelo luar. A brisa do oceano evidenciava o vestido de verão, revelando os sutis contornos do corpo. Lukas sentiu o desejo pulsar ainda mais forte. Um instinto que ele não deveria seguir. Não poderia. Sendo o único herdeiro da fortuna dos Petrakides, carregava muitas responsabilidades e não poderia desprezá-las por um mero galanteio a uma garota. E ele jamais permitiria que isso se tornasse algo mais profundo. Seus olhos acinzentados ganharam um brilho prateado. Ele pensou tê-la ouvido suspirar, mas talvez fosse apenas o vento. Ou a sua imaginação. De súbito, ela virou o rosto para um lado, e Lukas prendeu a respiração, enquanto dava um passo para trás, mergulhando na escuridão das sombras. Ela percorreu os olhos por toda a extensão da praia e depois fixou o olhar na porta de vidro do quarto de hotel. Lukas supôs que alguém de dentro do quarto teria acenado para ela. Um homem? Com a cabeça baixa, ela girou nos calcanhares e retornou ao quarto. Lukas assistiu a sua partida e se perguntou quem a teria chamado. E por que razão ela parecia tão triste, como se o peso do mundo repousasse sobre seus ombros delicados? Ele sabia como era essa sensação. Ele entendia sobre a dor de carregar um fardo. Lukas ouviu a porta de vidro se fechar e, suprimindo outra onda de desejo, voltou para sua suíte. CAPÍTULO UM Rhiannon Davies verificou seu reflexo no espelho antes de assentir com um gesto de cabeça para a babá. — Certo. Vou demorar apenas uma ou duas horas. — Ela dirigiu um olhar incerto para o bebê que, sentado no carrinho, fitava-a com aqueles olhos escuros e comoventes. — Ela poderá precisar de uma soneca daqui a pouco. A babá, uma robusta mulher francesa com expressão impassível, assentiu com a cabeça antes de se inclinar para erguer Annabel nos braços. — Eu não acho que ela irá chorar — Rhiannon comentou, e recebeu mais um aceno de cabeça da babá. Durante as duas se ...

anas desde que Annabel esteve sob seus cuidados, o bebê mal havia chorado. Apesar do redemoinho de eventos, a mudança de casa e mãe, Annabel simplesmente observava o mundo com um olhar inexpressivo. Rhiannon suspeitava que a pobre menina estivesse em choque. E era por isso que ela estava aqui, Rhiannon disse firmemente a si mesma, ignorando as pontadas de culpa que golpeavam seu coração. Ela viera para esse resort exclusivo na França a fim de proporcionar alguma estabilidade à Annabel. Para dar amor a ela. Na verdade, elas não possuíam nenhum laço. Rhiannon nunca havia segurado um bebê antes de sua amiga, Leanne, entregar-lhe Annabel, com a face pálida e olhos arregalados. — Até mais, querida. — Rhiannon acariciou a face da menina. Annabel apenas piscou. Seria melhor dessa forma, pensou Rhiannon. Depois, seria muito mais fácil dizer adeus. Ela sentiu um nó de emoção se formar na garganta. Rhiannon iria fazer tudo o que estivesse ao seu alcance para assegurar o futuro de Annabel e, o mais importante, a felicidade da pequena garota. Não importava qual fosse o preço. Rhiannon verificou seu reflexo no espelho mais uma vez: os cachos escuros, a face pálida, com poucas sardas, uma saia básica e um top verde-azulado. Modesto e profissional. Apropriado. Suprimindo um suspiro, ela saiu do quarto de hotel. O dia estava claro, e Rhiannon inalava o ar fresco e puro enquanto caminhava ao longo do corredor externo. O moderno Petra Resort, situado numa província da França — Languedoc — era simples, reservado e elegante. Uma vez que chegou ao local à noite, ela pôde observar só agora as plantas tropicais nos vasos de cerâmica, as videiras e as magníficas cores. A reserva do quarto mais barato do resort na semana de inauguração tinha lhe custado o salário de meio mês. Contudo, Rhiannon esperava que essa viagem valesse a pena. Por Annabel. Ela fechou os olhos por um momento. Isso era loucura. Há apenas duas semanas, Leanne ha ...

Comentários:

Deixe aqui seu comentário sobre este livro: