Livro: Caramuru poema épico do descobrimento da Bahia
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Autor - Fonte: Santa Rita Durão
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MINSTÉRIO DA CULTURA
Fundação Biblioteca Nacional
Departamento Nacional do Livro
CARAMURU: POEMA ÉPICO
Santa Rita Durão
CANTO I
I
De um varão em mil casos agitado,
Que as praias discorrendo do Ocidente,
Descobriu o Recôncavo afamado
Da capital brasílica potente:
Do Filho do Trovão denominado,
Que o peito domar soube à fera gente;
O valor cantarei na adversa sorte,
Pois só conheço herói quem nela é forte.
II
Santo Esplendor, que do grão-Padre manas
Ao seio intacto de uma Virgem bela;
Se da enchente de luzes Soberanas
Tudo dispensas pela Mãe Donzela;
Rompendo as sombras de ilusões humanas,
Tu do grão caso! a pura luz revela
Faze que em ti comece, e em ti conclua
Esta grande Obra, que por fim foi tua.
III
E vós, Príncipe excelso, do Céu dado
Para base imortal do Luso Trono;
Vós, que do Áureo Brasil no Principado
Da Real sucessão sois alto abono:
Enquanto o Império tendes descansado
Sobre o seio da paz com doce sono,
Não queirais de dignar-vos no meu metro
De pôr os olhos, e admiti-lo ao cetro.
IV
Nele vereis Nações desconhecidas,
Que em meio dos Sertões a Fé não doma;
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E que puderam ser-vos convertidas
Maior Império, que houve em Grécia, ou Roma:
Gentes vereis, e Terras escondidas,
Onde se um raio da verdade assoma,
Amansando-as, tereis na turba imensa
Outro Reino maior que a Europa extensa.
V
Devora-se a infeliz mísera Gente,
E sempre reduzida a menos terra,
Virá toda a extinguir-se infelizmente;
Sendo em campo menor maior a guerra.
Olhai, Senhor, com reflexão clemente
Para tantos Mortais, que a brenha encerra;
E que, livrando desse abismo fundo,
Vireis a ser Monarca de outro Mundo.
VI
Príncipe do Brasil, futuro dono,
À Mãe da Pátria, que administra o mando,
Ponde, excelso Senhor, aos pés do Trono
As desgraças do Povo miserando:
Para tanta esperança é o justo abono,
Vosso título, e nome, que invocando,
Chamará, como a outro o Egípcio Povo,
D. José Salvador
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e um Mundo novo.
VII
Nem podereis temer, que ao santo intento
Não se nutram Heróis no Luso Povo,
Que o antigo Portugal vos apresento
No Brasil renascido, como em novo.
Vereis do domador do Índico assento
Nas guerras do Brasil alto renovo,
E que os seguem nas bélicas idéias
Os Vieiras, Barretos, e os Correas.
VIII
Dai, portanto, Senhor, potente impulso,
Com que possa entoar sonoro o metro
Da brasílica gente o invicto pulso,
Que aumenta tanto Império ao vosso cetro:
E enquanto o Povo do Brasil convulso
Em nova lira canto, em novo pletro;
Fazei que fidelíssimo se veja
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O vosso Trono em propagar-se a Igreja.
IX
Da nova Lusitânia o vasto espaço
Ia a povoar Diogo, a quem bisonho
Chama o Brasil, temendo o forte braço,
Horrível Filho do Trovão medonho:
Quando do abismo por cortar-lhe o passo
Essa Fúria saiu, como suponho,
A quem do Inferno o Paganismo aluno,
Dando o Império das águas, fez Netuno.
X
O grão-Tridente, com que o mar comove,
Cravou dos Órgãos na montanha horrenda,
E na escura caverna, adonde Jove
(Outro espírito) espalha a luz tremenda,
Relâmpagos mil faz, coriscos chove;
Bate-se o vento em hórrida contenda:
Arde o céu, zune o ar, treme a montanha,
E ergue-lhe o mar em frente outra tamanha.
XI
O Filho do Trovão, que em baixel ia
Por passadas tormentas ruinoso,
Vê que do grosso mar na travessia
Se sorve o lenho pelo pego undoso;
Bem que constante, a morte não temia,
Invoca no perigo o Céu piedoso;
Ao ver que a fúria horrível da procela
Rompe a nau, quebra o leme, e arranca a vela.
XII
Lança-se ao fogo o ignívomo instrumento,
Todo o peso se alija; o passageiro,
Para nadar no túmido Elemento,
A tábua abraça, que encontrou primeiro:
Quem se arroja no mar temendo o vento;
Qual se fia a um batel; quem a um madeiro,
Até que sobre a penha, que a embaraça,
A quilha bate, e a nau se despedaça.
XIII
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Sete somente do batel perdido
Vêm à praia cruel, lutando a nado;
Of ...
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