Livro: Almas Gêmeas Página 3

... és geminados tinham sido entregues às famílias mais numerosas. Ela ficaria num perto da piscina e da praia, enquanto ele iria para outro, mais afastado, entre as árvores do interior da ilha. — Eu esperava que nós pudéssemos ficar mais perto — comen¬tou Matthew com desagrado. — É mesmo, devíamos ter pedido um chalé só e assim também teria ficado mais barato — caçoou Raquelle. O noivo lançou um olhar de desaprovação e surpresa. Ele era criado em moldes muito tradicionais e não admitia certas brincadeiras. — Eu prefiro pagar um pouco mais e manter o respeito. Aliás, estou admirado de você fazer esse tipo de comentário. Sabe muito bem o que penso sobre esse assunto. — Está bem. está bem. Era só uma brincadeira. Além disso eu falei em ficar no mesmo quarto, não na mesma cama. O diálogo não foi adiante, mas o mesmo pensamento de sempre voltou a atormentar Raquelle. Será que era justo Matthew continuar acreditando que ela era viúva, que havia se casado ainda menina e tinha perdido o marido pouco depois? Os pais dela insistiam em que a mentira devia ser mantida, não só para seu próprio bem, mas tam¬bém para proteger a pequena Samara, a filhinha linda, de cabelos cacheados. Ninguém devia saber que aquela criança era, na verdade, o fruto de um romance passageiro no qual ela havia se envolvido quando ainda era adolescente. Naquele tempo, Raquelle ainda acreditava no amor. Amor? Tinha existido, sim, mas só da parte dela, pois rapidamente descobriu que o pai de Samara desconhecia esse sentimento. Que saudades da filha! Só de pensar nela o rosto já ficava triste. Quando soube que na estância não aceitavam crianças menores de cinco anos, por falta de recursos médicos, Raquelle ficou decepcio¬nada e pensou em cancelar a viagem, mas os pais dela insistiram em que ela e Matthew precisavam passar algum tempo juntos e sozinhos. Matthew logo apoiou a ideia. Agora, ela percorria meio desanimada o interior do chalé. Era peq ...

eno mas muito bem arrumado. E idêntico ao de Matthew. — O que você está achando do lugar, meu bem? — ela quis saber. — Razoável — Matthew respondeu sem nenhum entusiasmo. — Desde que eu não precise ficar embaixo desse sol, para mim está tudo bem. Será que não há nada para beber aí na geladeirinha? Por incrí¬vel que pareça, ainda estou morrendo de sede, depois dessa viagem. — Deixe ver. temos cerveja, refrigerantes e suco de laranja — Raquelle avisou depois de olhar no refrigerador. — Então quero suco de laranja. Matthew era contra bebidas alcoólicas e não gostava de refrige¬rantes: por isso a resposta não causou surpresa a Raquelle. Ela apa¬nhou dois copos na prateleira do bar, passou o suco para Matthew, e se acomodou num banquinho. — Que tal a gente sair por aí e dar uma volta, já que o almoço ainda vai demorar? Raquelle estava com muita vontade de tomar um pouco de sol e conhecer o lugar. — Por que não vai você? Eu estou com vontade de desocupar as malas e descansar um pouco, para ver se meu estômago melhora. — Ainda não está bem? — Raquelle perguntou surpresa e um pouco comovida. Matthew não havia passado tão mal assim durante a viagem, e ela imaginava que a essa altura já tivesse esquecido sua indisposição. — Não, ainda não estou bem — ele garantiu meio ofendido. — Você sabe que eu não sou uma pessoa muito resistente e que sempre levo algum tempo para me recuperar quando passo mal. Em parte a culpada disso era a mãe de Matthew. Ela sempre o tratava como se fosse um frágil velhinho em vez de um saudável rapaz de vinte e oito anos. E acabava por convencê-lo de que estava muito mais doente do que a realidade mostrava. Mas não era agora que Raquelle iria tocar nesse assunto; não queria alterar mais ainda os ânimos. Por isso, limitou-se a dizer: — Desculpe, mas não pensei que a sua indisposição fosse durar tanto. — Você não poderia mesmo entender uma saúde delicada como ...

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