Livro: O anjo do mal
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... Sara Craven Sabrina 27 Copyright: SARA CRAVEN Título original: “THE DEVIL AT ARCHANGEL” Publicado originalmente em 1978 pela Mills & Boon Ltd., Londres Tradução: VERA LÍDICE REYS Copyright para a língua portuguesa, 1978 Abril S. A. Cultural e Industrial, São Paulo Composto e impresso nas oficinas da Abril S. A. Cultural e Industrial, São Paulo Quando Devlin a abraçava, Cristina se sentia no céu. Mas viver ao seu lado era como estar num inferno! Ela estava sozinha no mundo e sem nenhum recurso e a perspectiva de recomeçar uma nova vida longe de Londres era a salvação. Mas os caminhos da felicidade estavam longe do destino de Cristina e desde a sua chegada à Martinica uma atmosfera de mistério envolvia a mansão dos Brandon onde ela iria trabalhar. Tudo ali era tão místico e impenetrável que um conselho de um velho feiticeiro a deixou intrigada: “Cuidado moça, você está no caminho do arcanjo do demônio e ele fará tudo para lhe destruir”. E Cristina passou a acreditar nas palavras do feiticeiro e a temer por sua sorte no momento em que conheceu e sentiu seu coração disparar pelo misterioso Devlin. PROJETO REVISORAS Este livro faz parte de um projeto sem fins lucrativos. Sua distribuição é livre e sua comercialização estritamente proibida. Cultura: um bem universal. Digitalização: Palas Atenéia Revisão: Valdilea Souza CAPÍTULO I — Lote trinta e quatro: este lindo par de gravuras de Staffordshire. senhoras e senhores! Quanto oferecem por ele…? A voz forte do leiloeiro transformou-se num murmúrio abafado quando Cristina fechou devagar a porta da sala de jantar e afastou-se lentamente, percorrendo o corredor que levava ao fundo da casa. Fora um erro ter ficado para o leilão. Como não percebera antes? Bem que o sr. Frith a avisara de que poderia ser uma experiência dolorosa ver invadida por estranhos, que iam adquirindo peça por peça, a casa que fora seu lar nos últimos ...

eis anos. Deveria ter seguido o conselho dele e não presenciar a cena. Deveria ter sumido para bem longe. Ficara por puro sentimentalismo. Tinha esperança de que talvez pudesse comprar algo que pertencera a sua madrinha. Qualquer coisa, por menor que fosse, apenas para guardar como lembrança da felicidade que passara. Mas tudo o que conseguira fora salientar a condição de pobreza em que se encontrava, diante dos preços altíssimos que ofereciam pelas porcelanas, pratarias e antiguidades. Deveria estar louca quando imaginou que poderia competir com comerciantes e colecionadores ricos. Uma coisa era certa: os Webster ficariam contentíssimos com o resultado das vendas. Ela os vira sentados no fundo da sala, juntos, trocando sorrisos de triunfo à medida que o leilão prosseguia. Tudo corria conforme eles haviam planejado. Não adiantava nada ela tentar se convencer de que eles tinham o direito de proceder assim. Haviam deixado isso bem claro quando conversaram com ela. Ela não tinha mesmo nenhum direito legal e, juridicamente, não se levava em conta a questão moral. Desanimada, entrou na cozinha. Tal como em todo o resto da casa, a cozinha também fora depenada de tudo que fosse vendável. Havia um triste ar de abandono nas prateleiras vazias, sem as peças de cobre. Cristina foi à pia, abriu a torneira de água fria e com a mão em concha recolheu água para beber. Depois passou as mãos molhadas na testa e nas têmporas que latejavam. Ela ainda não conseguia entender totalmente a repentina mudança em sua vida. Sabia, conforme lhe dissera o sr. Frith, que devia pensar no futuro e planejar uma nova vida. Mas o que faria? Tinha a impressão de que nesses seis anos vivera em um castelo de areia que agora desmoronava. E devia isso a tia Grace, tão afetuosa e gentil, apesar de altiva e independente, e tão preocupada e bem-intencionada em relação à sua afilhada órfã. No entanto tudo terminara desastrosamente. Afinal de contas, o que poderia ela pre ...

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