Livro: Lições de Prazer Página 3

... ssistente editorial, era quem organizara o evento por conta do patrocínio da Revista ao orfanato. Mais ainda. Di se encarregara de escolher a instituição do ano para ser beneficiada e cuidara de todos os detalhes para a oca¬sião. E, ao perceber o olhar inquieto de Kate, resolveu perguntar: — Por que não faz um lance, Kate? Está na hora de colocar alguma excitação em sua vida! Excitação? De que maneira? Ainda tinha profundas cicatrizes para provar o esforço que fizera para afastar do pensamento a relação com Ty. — Estou muito ocupada para pensar em distrações. — Kate afirmou com o cenho franzido. — E, também, o que eu faria com ele? Embora a voz tenha soado firme, Kate sentia-se estre¬mecer por inteiro só de pensar em ter Ty à sua disposição por uma semana inteira. Repreendeu-se mentalmente por ainda estar tão atraída por aquele homem. Aquilo não de¬veria estar lhe acontecendo. Não era justo. Di sorriu com zombaria: — Se você não sabe o que fazer com aquele "deus grego" acho que está pior do que imagino! Por que não faz uma oferta e prova para todas que é uma mulher e não um robô? Kate negou com um gesto de cabeça. No fundo sabia que Di estava com a razão. Há muito tempo se enterrara no trabalho determinada a provar que a dedicação era a chave do sucesso. Todavia, ter-se tornado obstinada a tornara distante e solitária. Lembrou-se dos tempos em que era alegre e impulsiva ao lado de Ty. E, quem sabe, um pouco de tempo ao lado de um antigo "amigo" não seria um antídoto para a obsessão com o trabalho? Que mal poderia lhe causar oferecer um lance pelo homem que todas as mulheres estavam cobiçando? — Está bem, Di. Você venceu. — Kate decidiu e após sorver o restante do champanhe em apenas duas goladas, ergueu o braço direito e ofertou: — Quinhentos dólares. Um silêncio se seguiu. Porém Kate manteve a postu¬ra e aguardou pelo olhar de Ty imaginando se ele a reco¬nheceria. Ela obteve a resposta no ...

próximo minuto, quando ele repousou o azul do olhar na mulher que fize¬ra o lance e com uma expressão de surpresa arregalou os olhos. E quando os olhares se cruzaram eles se mantive¬ram presos um ao outro durante um longo tempo. Como nos velhos tempos era uma batalha de poder que ne¬nhum dos dois queria ser vencido. Kate não saberia dizer se era o efeito do álcool ou da pressão exercida pelo número de mulheres interessadas nele, mas o fato é que a intensidade daqueles incríveis olhos azuis lhe provocou um calor tão grande que a tem-peratura de seu corpo esquentou o máximo que poderia. Mal podia respirar. — Ninguém mais se arrisca a um lance? — Kelly provocou percorrendo a platéia com um olhar de desa¬fio e um sorriso matreiro. O silêncio prosseguiu. Kate orava em silêncio para que não houvesse outro lance. E, na verdade, sua oferta inicial já cobria os mais altos lances oferecidos aos homens anteriores e que não superaram a margem dos 300 dólares. Mas, antes que pudesse cantar a vitória, uma loira glamorosa ergueu um braço e gritou: — Quinhentos e cinqüenta! Kate ergueu o olhar com alívio. Ty não gostava de loiras. — Seiscentos! — gritou uma mulher com cabelos ruivos e traços que lembravam a atriz Nicole Kidman. Exibia um sorriso presunçoso de quem já havia obtido a vitória. — Seiscentos e cinqüenta! Kate esticou o pescoço para conseguir enxergar a ter¬ceira mulher a dar um lance. Tratava-se de uma morena com um corpo escultural e seios tão fartos que poderiam atrair um olhar masculino a cem metros de distância. Essa preenchia exatamente o tipo físico capaz de cha¬mar a atenção de Ty, pensou Kate. Naquele instante, Di inclinou-se para sussurrar no ouvido de Kate: — Vai permitir que essa amadora a supere? Kate sentiu um espírito competitivo assolá-la como nunca acontecera antes. Ergueu a nova taça de champa¬nhe servida e deu conta do líquido em segundos. Depois, ergueu a mão direita no ar e acab ...

Comentários:

Deixe aqui seu comentário sobre este livro: