Livro: Adorável Orgulhosa Página 2

... ela rebateu, tentando não se descontrolar. Ele nada explicou. Apenas tornou a encostar na própria cadeira, analisando-a com um sorriso cínico nos lábios. Era um homem charmoso, loiro, não tão bonito quanto Brian, porém bem mais alto do que ele. Entretanto, Debra jamais sentira atração por tipos nórdicos, principalmente os gigantes que faziam com que sua altura de um metro e sessenta e nove parecesse insignificante. Uma minúscula cicatriz atravessava a sobrancelha clara, o que lhe dava um eterno ar irônico. Contudo, foram os olhos que deixaram seus nervos abalados. Claros e azuis, transmitiam uma expressão de ligeira irritação e de piedade. Ela abriu a boca para retrucar e encerrar a conversa, mas ele se antecipou: — Acho que me enganei — disfarçou, segurando a garrafa de champanhe e aproximando-a da taça de Debra. — Mais um pouco? Foi como se ele descobrisse que pronunciara palavras inoportunas e precisasse se desculpar. Mais calma, Debra moveu a cabeça e agradeceu. Santo Deus! Estava se tornando paranóica, imaginando que todo mundo conhecesse o seu drama. Ao contrário das demais pessoas da mesa, ele não trabalhava no mesmo escritório. Certamente nunca o vira antes, pois não era o tipo de homem que uma mulher esqueceria com facilidade. Ele fez um gesto com os braços e levou a taça até a boca. Debra desviou o olhar no momento em que os noivos davam os primeiros passos no salão para a tradicional valsa. Ela cerrou os punhos. Será que, no passado, também encarava Brian tão extasiada como Laurie fazia naquele momento? Esperava que não, pois aquele olhar era revelador demais. O rancor que nutria por aquela garota desapareceu. A paixão pelo marido estava refletida em seu semblante, qualquer pessoa podia notar. E Brian ainda apresentava aquele sorriso que para Debra era encantador. Para seu desconsolo, sentiu lágrimas queimando o fundo de seus olhos. Até quando manteria aquele fingimento? Por quanto tempo ainda esconderia su ...

frustração? Como Brian pôde declarar-lhe amor e em seguida praticar tamanha traição? Como fora tola acreditando em suas mentiras! De repente a humilhação e a dor foram mais fortes do que sua decisão de ocultar toda a angústia; não conseguiu evitar um prolongado suspiro. Quando uma mão firme segurou seu braço, ela se sobressaltou. — Vamos dançar? Era aquele homem de novo. Aparentemente ele nunca desistia. Ela afastou a cadeira. — Não, obrigada, eu. eu vou me retirar. Debra só queria voltar para casa. O esforço para disfarçar seus sentimentos foi maior do que imaginara. Além disso, o perfume das flores de laranjeira estava lhe trazendo dor de cabeça. Sentiu que afastavam ainda mais sua cadeira, e agora aquela mão apertava seu cotovelo. — Só uma seleção, sim? — Ele ficou muito próximo quando se curvou para virar a plaqueta de identificação sobre a mesa. — E então, Debra McLeod? Ela fez um movimento com a cabeça e se embrenhou pela multidão que se aglomerava e conversava por todo o salão. Pretendia alcançar a porta, e se assustou quando sentiu a mão em suas costas; sem saber como, se deu conta de que estava na pista de dança. Voltou-se para ele com visível irritação. — Você é sempre tão autoritário? No mesmo instante ele parou de dançar e suas mãos se afastaram de Debra. — Não sei por que você pensa assim, Ruivinha. Longe de mim impor minha autoridade a você. — Oh, tudo bem — ela acrescentou, dando rapidamente um passo à frente, procurando pelos ombros largos e rijos. Não iria admitir que outro homem a abandonasse, muito menos ali, no meio do salão. — E não me chame de Ruivinha. Ele então apresentou um sorriso pálido, enquanto recomeçava a acompanhar o ritmo da música. Sua mão deslizou pelas costas de Debra até a cintura; um arrepio percorreu-lhe o corpo, apanhando-a de surpresa. Com a outra mão ele a puxou um pouco mais. — Com certeza já lhe chamaram de Ruivinha antes — zo ...

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