Livro: Aprendendo a amar - Marie Ferrarella Página 3

... ser um pouco mais séria. Demétria meneou a cabeça. Um arrepio percorreu-lhe a espinha assim que pensou na carta que recebera naquela manhã. Quase de imediato, lembrou-se da pilha de contas que não parava de crescer. — Parece que querem que o Parthenon passe a ser "parte da família deles", Guy. — Que família? De tubarões? Demétria arregalou os olhos. Apesar de ser mais jovem, sempre se considerara responsável pelo irmão. Talvez aquele fosse seu defeito mais grave. — É bom saber que existe pelo menos um assunto sobre o qual concordamos Guy. — Eles fizeram uma oferta? Demétria caminhou até o balcão para acender as luzes, e suspirou, com ar ausente. — Não. Apenas mandaram uma mensagem que falava sobre chegarmos a um acordo que fosse satisfatório para "todas as partes". — Demétria encarou Guy, como se uma pergunta tivesse acabado de lhe ocorrer. — Por quê? Você ficaria interessado caso houvesse uma proposta? Ele conhecia aquele tom de voz. A irmã sempre falava daquela forma quando queria ser agressiva. — Não. Perguntei apenas por curiosidade. — Esqueça essa hipótese. — Demétria estava decidida. — Ninguém vai comprar o Parthenon. Guy não tivera uma boa noite de sono. Seus gêmeos haviam ficado gripados, o que significara uma noite em claro tanto para ele quanto para Nancy. Evidente que não era o melhor momento para uma discussão. — Este lugar é um pedaço do céu. — Apesar das palavras, Guy não gostava tanto do restaurante quanto ela. — Sim, é mesmo um pedaço do céu, Guy, e nunca se esqueça disso. — Você precisa aprender a controlar esse gênio — ele murmurou, desconsolado. Sem dúvida, não era fácil ter uma irmã como Demétria. Naquele momento, Andreas Tripopulous ergueu a cabeça. Apesar de não olhar para os dois, o ancião conhecia muito bem a voz de cada um dos netos. Num sussurro rouco, ele advertiu: — Demétria, Augustus, não discutam na frente dos clientes! Demétria virou ...

se para a última mesa, erguendo o queixo num desafio. — Que clientes? Estamos sozinhos aqui. Andreas, então, suspirou, encarando o amigo Alex do outro lado do tabuleiro de xadrez. — Embora sejam cinqüenta anos mais jovens, a visão dela é pior que a minha. E então, para enfatizar seu ponto de vista, Andreas tirou da boca o cachimbo e apontou para a porta de entrada. Depois, voltou a se concentrar no jogo. Ao girar sobre os calcanhares, Demétria deparou com um homem alto, moreno e muito bem vestido. Contendo um suspiro, lançou um olhar ressentido para Guy, como se o irmão fosse o culpado pela situação embaraçosa. Mas bastou um instante para que a transformação ocorresse, trazendo de volta a adorável proprietária do Parthenon, o mais antigo restaurante familiar grego da cidade. Foi como num passe de mágica, Guy pensou admirado. Mas, pelo visto, Demétria não se importou com a surpresa do irmão. — Você não precisa prender nenhum bandido agora? — Demétria murmurou ao passar por ele para recepcionar o cliente recém-chegado. Guy sorriu. — Vou embora assim que falar com Andreas. Bom trabalho para você. — Em seguida, virou as costas e caminhou tranqüilo para a mesa do avô. — Olá! Bem vindo ao Parthenon. — Demétria estendeu a mão para entregar ao homem o menu verde com letras douradas. Era estranho, mas por um motivo qualquer se sentia insegura. — Sou responsável pela casa. O senhor prefere alguma mesa em especial? Demétria sorriu para o desconhecido e virou a cabeça devagar, apontando para o interior vazio. — Como pode ver, está com sorte. Pode escolher o lugar que preferir. Jared Panetta mostrou-se simpático. Estava impressionado com a vivacidade de sua anfitriã. — Qualquer lugar será bom. — Ah, um homem de gostos simples. — Demétria conduziu o cliente pelo grande salão. — Minha mãe sempre me disse para tomar cuidado com rapazes assim. Caminhando alguns passos atrás dela, apreciando os c ...

Comentários:

Deixe aqui seu comentário sobre este livro: