Livro: Uma Paixão Quase Impossível Página 2

... rios anda pilhando a região. Se são muito violen¬tos, não sei. — Dez guerreiros das Terras Altas acabam com qualquer bando de mercenários. — Nunca subestime seus adversários. Alguns desses bandidos devem ter lutado mais batalhas do que você. — Vou tomar cuidado — prometeu Lachlan. — Cuide-se e volte para casa vivo — recomendou Cavan. Durante a viagem, Lachlan se lembrou da conversa que tivera com o irmão antes de partir, três semanas antes. Até aquele momento, não houvera incidentes no caminho, e o grupo já estava se aproximando do convento. Era um ter¬ritório pagão, e havia indicações de que outro grupo habi¬tava a região. Deviam ser os mercenários sobre os quais Cavan falara. Os cavalos estavam nervosos porque ouviam estranhos sons que pareciam segui-los. A floresta era a mais densa que Lachlan já vira, tornando mais difícil encontrar uma trilha ou abrir caminho. Além disso, também havia uma densa névoa que ajudava a confundi-los, uma vez que não havia razão aparente para que aquela bruma começasse ou desaparecesse. Os homens expressavam seus temores aos sussurros, com medo de insultar os espíritos da floresta. Apesar de as novas fés terem proliferado, velhas crenças demoravam a morrer, e não havia mal nenhum em honrar os antigos costu¬mes de vez em quando. Lachlan dirigia seus homens com confiança e cautela. Estavam em território desconhecido, e precisavam ser cui¬dadosos. Ele tinha escolhido homens capazes e experientes, embora Boyd e Andrew fossem voluntários. Lachlan tinha muitas coisas em comum com os dois: os três ansiavam por aventura, mulheres, e beiravam os vinte e seis anos de idade. Boyd cavalgava ao lado dele. Sentava-se ereto em sua sela, e era alto, embora mais baixo do que Lachlan. Era um homem grande e musculoso, com longos cabelos vermelhos e um rosto infantil que as mulheres adoravam. — As poucas áreas de cultivo ou pecuária por onde pas¬samos pareciam prósperas — comentou Boy ...

. — Não era o que eu esperava, com tantos comentários sobre a presença de mercenários na região. — Pensei a mesma coisa — tornou Lachlan. — Eles cos¬tumam pegar tudo o que encontram no caminho, desde ali¬mentos até mulheres. Mas nos últimos dois dias, parece que cruzamos uma fronteira a partir da qual tudo parece próspe¬ro e feliz. Não estamos longe do convento, talvez as freiras tenham uma influência benéfica sobre a terra e seu povo. — Não se Alyce Bunnock tiver alguma coisa a ver com isso — observou Boyd. Lachlan se encolheu. — Nem me lembre. Ouvi histórias das mais horríveis sobre aquela. — Ele se interrompeu, porque não queria se referir a ela como “dama”, o que deu a Boyd tempo para descrevê-la. — Megera, feiticeira, víbora, bruxa. — Ela não pode ser tão ruim assim — interveio Andrew, juntando-se à conversa, com seu sorriso aberto e seus cabe¬los negros, contrastando com a aparência infantil de Boyd. — Então você cuida dela — concluíram Boyd e Lachlan em uníssono. Andrew riu, mas ficou em silêncio quando o grito estri¬dente de um pássaro cortou o ar. Lachlan e Boyd fizeram o mesmo. Outro grito se seguiu, como que em resposta ao primeiro, e então eles ouviram uma série de piados, o que descontraiu os homens, pois mostrava que o grito da ave não era um sinal de perigo. — Vou ficar feliz quando terminar este serviço e estiver de volta em casa — refletiu Boyd, olhando ao redor. Lachlan compreendia os temores de seus homens. As sombras da floresta e aquela névoa imprevisível provoca¬vam desconforto, justamente quando estavam se arriscando para recuperar uma mulher perigosa. — Logo vamos sair daqui. Evan, o batedor enviado para examinar o caminho à frente, emergiu por entre o arvoredo. O suor pingava de seu rosto pálido, embora o início da primavera ainda conservas¬se um friozinho do fim do inverno. — Há um grupo de construções à frente, com a terra recém-arada. Não ...

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