Livro: Paixão Ardente - Cassandra Austin Página 2

... om tê-lo novamente em casa, irmãozinho. Sua vontade era abraçá-lo, porém Arlen usava um ter¬no elegante. Ele, ao contrário, estava com as roupas sujas, do duro trabalho da fazenda. Deixando a sala, voltou-se e olhou o irmão. Era muito parecido com a mãe, Felícia: a mesma compleição física, os mesmos olhos castanhos, os mesmos cabelos escuros encaracolados. Já ele herdara do pai os olhos azuis e os longos cabelos louros. Eram dois opostos e não apenas na aparência. Talvez fosse esse o segredo da amizade que os unia. Nunca haviam querido a mesma coisa. Nun¬ca houvera uma competição entre eles. A idade também fazia diferença. Quando Felícia aban¬donara Hugo, levando Emília, então com cinco anos de idade, ele era crescido e já tomava conta da fazenda. Arlen tinha apenas dezessete anos. Procurara ajudá-lo, nos momentos difíceis que se seguiram. O pai, ferido e magoado demais com a separação, não tinha condições de amparar o filho menor. Para Christian, contudo, não fora a primeira perda. Tinha três anos, quando a mãe verdadeira morrera de pneumonia. Nenhuma das mulheres que conhecera tinha sido suficientemente forte para resistir à vida solitária e rude da fazenda. Não lhe parecia que Lynnette Sterling pudesse superar o desafio. Sorrindo, dirigiu-se ao banheiro. Como seu pai dissera, a esposa de Arlen não seria a mulher de um fazendeiro e sim de um político, o que era bem diferente. — Um advogado jovem e bonito! Estou tão feliz por você, Lynn. Lynnette Sterling sorriu para a amiga. Arrumava os livros do pai, sentada no chão, quando Amanda Norberg chegara, ávida pelas novidades. — Vendi a casa e toda a mobília — disse. — Preciso terminar de arrumar meus objetos pessoais e deixar a casa, até a próxima semana. O Sr. Prescott foi muito gentil em me oferecer um lugar para passar o verão. — Ah, Lynn, vou sentir tanto a sua falta! — A ex¬pressão séria do rosto de Amanda confirmava suas pa¬lavras. — Sabe ...

de uma coisa? Bill conhece o Sr. Prescott há muito tempo. Lynnette sorriu maliciosamente para a amiga. — E por quê, então, não me apresentaram a ele, ao invés de tentarem me aproximar de Julian? — Desculpe-me pelo Julian — Amanda respondeu, sem graça. — Bem que eu queria apresentar o Sr. Prescott a você, mas ele quase não fica na cidade. É muito ocupado. Sentou-se no chão, ao lado da amiga. — Mal posso acreditar, Lynn. E pensar que você me disse, milhares de vezes, que maridos não serviam para nada. — Isso foi antes de eu me ver praticamente no meio da rua. — Lynnette riu. — Agora, me parece que são muito úteis. Chocada, Amanda afastou-se. -—Você nunca foi interesseira, Lynn. Num casamento, o amor é fundamental. — Eu vou aprender a amá-lo — murmurou. — Acho que sim. Ele é muito gentil. Desejava, sinceramente, ser uma boa esposa para Ar¬len. Um casamento de conveniência nunca estivera em seus planos. Preferia ter conseguido vender algum de seus originais. Se alguma editora se interessasse por um de seus livros, não precisaria arranjar um marido para sair daquela situação. Amanda achava uma grande bobagem seu sonho de tornar-se escritora. Ninguém podia saber, nem mesmo a melhor amiga, que era dela o romance O Segredo da Paixão, que escrevera sob o pseudônimo de Silver Nightingale. O livro, com trechos picantes, tinha sido um su¬cesso. Com as vendas, pagara muitas contas e mantivera a casa por mais de um ano. Juntou os volumes do chão e colocou-os no colo. — Quando Arlen a toca, seu sangue ferve? — disse Amanda, tomando-lhe as mãos. — Quando você olha dentro dos olhos dele, é como se estivesse flutuando numa nuvem? — Ora, ora! Você é quem deveria ser a escritora — Lynnette respondeu, não contendo o riso. — Eu estou falando sério, Lynn. Se você não sente essa vibração, não deve se casar com ele. Pois pode se tornar muito infeliz. — Sabe do que tenho medo? De discutir com ele. ...

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