Livro: Um passado um segredo
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... GILFRIENDS PATRICK SANCHEZ TRÊS VIDAS LIGADAS POR UMA SÓLIDA AMIZADE E POR UM SEGREDO GUARDADO A SETE CHAVES. Ana, Dane e Liz seguiram rumos diferentes na vida, cada qual com seus sonhos e frustrações, dedicando-se à família ou ao trabalho, enfrentando adversidades sem perder a esperança. As três se consideram mulheres felizes, apaixonadas e empenhadas em realizar seus planos para o futuro. Durante trinta anos, evitaram fazer referência ao riacho que atravessava a cidade onde passaram a infância e a adolescência. Um grave incidente ocorreu naquele local, um episódio que marcou suas vidas. No entanto, Liz não consegue mais suportar o silêncio. E o que ela pretende descobrir irá testar os limites daquela amizade e conduzir as três mulheres de volta ao fatídico verão em que sua inocência foi abalada. Disponibilização do livro: Rosangela Digitalização: Joyce Revisão: Regina Celi Patrick Sanchez nasceu e foi criado em Washington, D.C. Formou-se na Universidade George Mason, na Virgínia, e há vários anos escreve livros sobre romances recebendo elogios da Village Voice, da Publishers Weekly e de autores consagrados como Rita Mae Brown e Stephen Stark. Também mereceu destaque especial na lista de mais vendidos da Barnes and Noble. Capítulo I Verão Naquela semana, nenhuma doença contagiosa manifestou-se em Rinconada, Califórnia, e por tal motivo inúmeras crianças nadavam tranquilas, na piscina pública da cidade. Pela primeira vez no verão, o riacho Bluebang pertencia aos pássaros, esquilos e lagostins. E a uma garota de doze anos que gostava de tomar sol sobre uma rocha plana, com sua camiseta amarrada à cintura. Ali, ela costumava pintar as unhas dos pés com esmalte da cor morango e esperar por suas duas melhores amigas. Ana Whittaker, a menina, exalou um longo suspiro. Aquele esmalte beirava o proibido, assim como correntinhas no t ...

rnozelo, argolas nas orelhas e a música que podia ser ouvida na emissora de rádio de Oakland. O programa chamava-se Serenata em Sépia. Ana ignorou o significado de \\"sépia\\" até pesquisar e descobrir que se tratava de uma tonalidade próxima do marrom. A filha do ministro religioso da igreja episcopal ergueu o pé direito e o pincelzinho, e deixou-o pingar sobre o dedão, retocando a unha com uma perfeita faixa colorida. As unhas dos artelhos eram mais fáceis de pintar que as da mão, porque não exigiam um trabalho tão perfeito. De qualquer modo, se a mãe a flagrasse receberia uma severa repreensão. Ana sempre soube que ela e a mãe não se assemelhavam. Isso lhe causava aflição, porque, se uma garota não lembra a genitora, com quem seria parecida? Desejava que a mãe a amasse e admirasse, mas isso estava fora de cogitação, a menos que fingisse ser quem não era. Liz e Jane, as amigas, ouviram e compreenderam essa explicação. Por vezes, Ana se sentia como se as duas vivessem dentro de sua alma, e mesmo se fossem torturadas e tivessem as línguas cortadas por terroristas, ainda assim seriam capazes de se comunicar entre si. Era o que significava serem grandes amigas. Para o gosto da mãe de Ana, elas passavam juntas tempo demais. A Sra. Ruth Whittaker desaprovava a maneira como Liz vinha sendo educada, com certa negligência. Dizia que pais intelectuais, como os dela, não ligam muito para os filhos. Quanto aos pais de Jane, a mulher do pastor não manifestava opinião, e apenas revirava os olhos. Ruth dividia seu mundo em dois: pessoas que correspondiam a seus padrões e as que os negavam. Mulheres e mocinhas eram damas impecáveis ou não. Damas não pintavam as unhas dos pés. Qual a graça disso, afinal? Por sorte, Ruth era fácil de ser enganada. Ana dirigira-se ao Bluebang logo depois do desjejum, quando Liz telefonara dizendo que tinha o novo exemplar da revista Segredos, furtado da loja. Não que as meninas quisessem roubar. ...

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