Livro: Fantasmas do Passado - Maria Greene Página 3

... ios estão repletos de candelabros e que sua despensa está transbordando. A sra. Braithewaite, como excelente empregada que é, não permitiria que fosse diferente. Isso sem mencionar a sra. Miller, sua fantástica cozinheira.4 — Sei. — Que noite gloriosa! Notou como os flocos de neves estão grandes? Essa é a primeira grande nevasca que temos na estação. É sempre uma emoção para mim. Fiquei parado por cerca de cinqüenta minutos, apenas observando a neve cair. — Não é para tanto. Está muito frio e a neve sempre acaba virando uma espuma suja nas ruas — replicou Lucas, mal-humorado. — Se mudar um pouquinho de perspectiva, descobrirá que a vida não é um peso e sim uma verdadeira alegria. Há beleza em todos os lugares. — Isso é o que você diz. Simon soltou um suspiro e o silêncio desceu como uma mortalha sobre o cômodo. A caneta de pena de Brinkley seguia raspando no papel, logo, porém, ele terminou suas anotações e ajeitou os livros. Já era tarde. Lucas observou o empregado, enquanto este arrastava a cadeira e apanhava suas coisas. Sem dúvida, ele iria para casa, agora, onde uma refeição quente e um abraço carinhoso da esposa o esperavam. — Boa noite, Brinkley. — Boa noite, milorde. — Vestiu a capa, o chapéu e colocou o cachecol em volta do pescoço. Antes de sair, ainda atravessou a sala e alimentou a lareira com mais algumas toras. Instantaneamente, as chamas alaranjadas se avolumaram. — Viu isso? — comentou Simon. — Tudo o que se tem a fazer é remexer o fogo para obter mais calor. Brinkley saiu, fechando a porta com cuidado atrás de si. — Esse homem vale ouro. Nunca encontrará um empregado mais leal — concluiu. — É verdade. Nunca se queixa, não importa quanto trabalho eu lhe dê. — Foi muito feliz na escolha dos empregados, Lucas. Todos são leais e honestos, o que me lembra a razão pela qual estou aqui. — Continua com o desejo irrefreável de resolver minha vida? — Lucas o repreend ...

u. — Pensei que tivesse desafiado a tempestade apenas para beber um cálice de vinho em minha companhia. 5 — Seu sarcasmo não me atinge, Lucas. Você tem tudo e, mesmo assim, continua reclamando que sua vida não tem sentido. — E não tem mesmo. Por um momento, fez-se silêncio. O humor de Simon, todavia, logo se restabeleceu. — Toda a família concorda que algo deve ser feito por Annabelle. Lucas sentiu um aperto no peito à simples menção da menina. — Se está aqui para me dizer que ela poderia viver melhor em outro lugar, terei de esclarecer que levo minhas responsabilidades muito a sério. Nunca vou me esquivar dos meus deveres de pai e despachá-la para um parente. — Sei disso, Lucas. Vim fazer uma proposta que, talvez, o agrade, e que trará grandes benefícios a Annabelle. — Duvido. — Lucas sentiu o humor piorar sensivelmente. — Diga logo o que quer e me deixe em paz. Simon não se deixou abater pelo tom do primo. — Annabelle tem seis anos agora. Em breve precisará de uma tutora, e conheço uma dama perfeita para esse cargo. Lucas ergueu as sobrancelhas. — Elinor Browning é uma parente distante de meu pai — continuou Simon. — Casou-se com Matthew Browning, filho caçula e ajudante-de-ordens do duque de Wellington, há sete anos. O desafortunado morreu em Salamanca, deixando desprovidos a viúva e um filho pequeno. Já não tinha muita coisa e sua morte foi um duplo golpe para a pobre moça. Elinor tem sustentado a si mesma e ao filho como pode. Foi muito bem-educada, eu garanto. Na realidade, é a melhor professora que Annie poderia ter. Seu histórico é impecável. — Matthew Browning? O irmão dele é o visconde Lyndhurst. — Ele mesmo. O jogador inveterado. O que havia nos cofres da família Lyndhurst, o infeliz pôs a perder. — Deve ter sido um amor e tanto. Matthew não tinha muito o que oferecer a uma mulher — Lucas refletiu, sarcástico. — Amor verdadeiro existe, você sabe — Simon respondeu, u ...

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