Livro: Mensageiro do Desejo Página 2
Autor - Fonte: Diana Hamilton
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mas graciosas de seu corpo. Crescera acostumada a isso e os ignorava sem receio. Porém sentiu dificuldade de fazer o mesmo com aquele homem elegante, moreno, com ar insinuante. Quando seus olhos se encontraram, sentiu-se imersa nas profundezas escuras de seu olhar e soube, instintivamente, que ele a observava durante um bom tempo e que ela não lhe era estranha. Esse pensamento desconcertou-a.
Tomava sua refeição sozinho, e a única falha do restaurante era a proximidade demasiada das mesas. De costas para ele, Hannah brindava-o com as linhas graciosas de um ombro à mostra, com a tez macia de sua pele acetinada exposta pelo decote do vestido de seda vermelho-fulvo. Começou a aborrecer-se, sentia-se incomodada, como se o toque de seus olhos negros a queimasse.
Com certeza, ouvira por acaso a conversa de ambos, e talvez achara graça no que pode ter entendido como uma briga de namorados. Contudo não havia nenhum ar de brincadeira no olhar que sustentara o dela; somente um frio desdém.
Deixando de lado o estranho efeito que o mesmo exercera sobre sua mente, sorriu para Gerald, demonstrando cansaço.
– Gostaria de ir para casa agora. – Observou-o enquanto ele, com o rosto enrubescido, pedia a conta.
Já em casa, Hannah tinha a inquietação estampada em cada linha do corpo alto e gracioso. Seus olhos olhavam sem ver a suave decoração em tons leves de verde e cinza, as peças de mobiliário antigo que colecionara durante o tempo que ali vivia, a cabiúna e o mogno antigos combinando-se harmoniosamente com as poltronas de vime revestidas de azul-pavão.
Desde que Gerald a deixara, havia uma hora, estivera ocupada fazendo as malas, telefonando para o serviço de táxis para certificar-se de que estariam lá na hora certa pela manhã, às cinco e meia em ponto. Esquentara uma xícara de leite, mas ainda não encarava a idéia de ir para a cama; sentia-se muito nervosa, como se algo ou alguém estivesse à espreita na esquina, um sentimento que reconhecia
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omo totalmente absurdo.
Convidar Gerald a entrar depois do jantar fora a última coisa que lhe passara pela cabeça. Porém, com o estranho de olhar frio ouvindo cada palavra no restaurante, não conseguira dizer ao amigo o que sentia, da forma como desejava.
Gerald tentara abraçá-la no momento em que a porta do apartamento se fechara atrás deles, mas ela escapou para fazer um café, enquanto ele a seguia até a cozinha, como à espera de uma recompensa.
– Eu lhe ofereci um café para que pudéssemos conversar em paz. Preciso fazê-lo entender que jamais existirá algo entre nós, exceto amizade, naturalmente, e uma boa relação de trabalho. Nada, além disso!
– Quero me casar com você – repetiu ele, com modos repentinamente bruscos. Hannah colocou as xícaras e o creme sobre a bandeja, com os lábios trêmulos, lutando para manter a calma.
– Casamento está fora de cogitação.
– O que tem contra?
Seguiu-a, enquanto ela carregava a bandeja para a sala de estar.
Recostou-se contra o batente da porta, observou-a colocar a bandeja sobre a lareira e ligar o acendedor elétrico na tentativa de expulsar o frio, que provinha mais de seu interior do que da temperatura ambiente.
– Nada. Desde que seja com a pessoa certa.
– Você é frígida? Homossexual? – perguntou, fechando a porta da cozinha com um enorme estrondo.
– Nenhum dos dois – respondeu, virando a cabeça para que ele não notasse a repentina palidez e a maneira como suas mãos tremiam.
Por duas vezes ela quase se casara, embora da primeira vez só tivesse dezenove anos e, provavelmente, só ela se lembrava. Mas com Eden fora diferente, e se ela lhe contasse o que acontecera, talvez Gerald entendesse por que não desejava mais se envolver afetivamente.
– Estive noiva de Eden Wilmott não faz muito tempo – disse a Gerald, estendendo-lhe a xícara de café. – O medo como tudo aconteceu, tirou-me para sempre a vontade de casar.
– Wilmott? – repetiu ele, franzindo a t ...
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Comentários:
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Mary Santos: maravilhoso gostei ,mais pelo o que ele disse sobre ela,ela perdoou ele rapido demais .
Adriana: Na medida certa, bom demais! Mais um romance antigo que vale a pena ler!.
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