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O Velho da Horta
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O Velho da Horta

Livro: O Velho da Horta Página 2

Autor - Fonte: Gil Vicente

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... o sois de morrer. Donde nasce esta sandice que, quanto mais na velhice, amais os velhos viver? E mais querida, quando estais mais de partida, é a vida que deixais? Velho — Tanto sois mais homicida, que, quando amo mais a vida, ma tirais. Porque meu tempo d’agora vai vinte anos dos passados; pois os moços namorados a mocidade os escora. Mas um velho, em idade de conselho, de menina namorado. Oh minha alma e meu espelho! Moça — Oh miolo de coelho mal assado! Velho — Quanto for mais avisado quem de amor vive penando, terá menos siso amando, porque é mais namorado. Em conclusão: que amor não quer razão, nem contrato, nem cautela, nem preito, nem condição, mas penar de coração sem querela. Moça — Onde há desses namorados? A terra está livre deles! Olho mau se meteu neles! Namorados de cruzados, isso si!. Velho — Senhora, eis-me eu aqui, que não sei senão amar. Oh meu rosto de alfeni! Que em hora má eu vos vi. Moça — Que velho tão sem sossego! Velho — Que garridice me viste? Moça — Mas dizei, que me sentiste, remelado, meio cego? Velho — Mas de todo, por mui namorado modo, me tendes, minha senhora, já cego de todo em todo. Moça — Bem está, quando tal lodo se namora. Velho — Quanto mais estais avessa, mais certo vos quero bem. Moça — O vosso hortelão não vem? Quero-me ir, que estou com pressa. Velho — Que formosa! Toda a minha horta é vossa. Moça — Não quero tanta franqueza. Velho — Não pra me serdes piedosa, porque, quanto mais graciosa, sois crueza. Cortai tudo, é permitido, senhora, se sois servida. Seja a horta destruída, pois seu dono é destruído. Moça — Mana minha! Julgais que sou a daninha? Porque não posso esperar, colherei alguma coisinha, somente por ir asinha e não tardar. Velho — Colhei, rosa, dessas rosas! Minhas flores, colhei flores! Quisera que esses amores foram perlas preciosas e de rubis o caminho por onde is, e a horta de ouro tal, com lavores mui ...
utis, pois que Deus fazer-vos quis angelical. Ditoso é o jardim que está em vosso poder. Podeis, senhora, fazer dele o que fazeis de mim. Moça — Que folgura! Que pomar e que verdura! Que fonte tão esmerada! www.nead.unama.br 4 Velho — N’água olhai vossa figura: vereis minha sepultura ser chegada. Canta a Moça “Cual es la niña que coge las flores sino tiene amores? Cogia la niña la rosa florida: El hortelanico prendas le pedia sino tienes amores.” Assim cantando, colheu a Moça da horta o que vinha buscar e, acabado, diz: Eis aqui o que colhi; vede o que vos hei de dar. Velho — Que me haveis vós de pagar, pois que me levais a mi? Oh coitado! Que amor me tem entregado e em vosso poder me fino, como pássaro em mão dado de um menino! Moça — Senhor, com vossa mercê. Velho — Por eu não ficar sem a vossa, queria de vós uma rosa. Moça —Uma rosa? Para que? Velho Porque são colhidas de vossa mão, deixar-me-eis alguma vida, não isente de paixão mas será consolação na partida. Moça — Isso é por me deter, Ora tomai, e acabar! Tomou o Velho a mão: Jesus! E quereis brincar? Que galante e que prazer! Velho — Já me deixais? Eu não vos esqueço mais e nem fico só comigo. Oh martírios infernais! Não sei por que me matais, nem o que digo. Vem um PARVO, criado do Velho, e diz: Dono, dizia minha dona que fazeis vós cá té à noite? Velho — Vai-te! Queres que t’açoite? Oh! Dou ao demo a intrujona sem saber! Parvo — Diz que fosseis vós comer e não demoreis aqui. Velho — Não quero comer, nem beber. Parvo — Pois que haver cá de fazer? Velho — Vai-te daí! Parvo — Dono, veio lá meu tio, estava minha dona, então ela, metendo lume à panela o fogo logo subiu. Velho — Oh Senhora! Como sei que estais agora sem saber minha saudade. Oh! Senhora matadora, meu coração vos adora de vontade! Parvo — Raivou tanto! Resmungou! Oh pesar ora da vida! Está a panela cozida, minha dona não ...

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