Livro: A Rendição de Sarah - Cynthia Clement Página 3

... Sarah estreitou os olhos, temerosa. Ao sentir a mão dele roçar levemente sua face, arrepios de prazer per¬correram seu corpo. — Não vai me dizer onde mora? — ele perguntou. — Eu gostaria muito de vê-la de novo. Com um movimento brusco, Sarah tentou soltar o braço. — Não vejo por quê. — Não concordo. — Aproximou-se ainda mais, sentindo a respiração dela em seu rosto. — Deixe-me ir. Ignorando o pedido, Alex abaixou a cabeça, beijando-a nos lábios. Ao sentir o corpo se aquecer, Sarah ofegou e, perce¬bendo a excitação que o tomava, não conseguiu pensar em mais nada. As mãos de Alex deslizaram por seu corpo e a puxaram para bem perto, provocando uma onda de desejo. Deixou escapar um gemido e as sensações se intensificaram. Era como se cada nervo de seu corpo estivesse vibrando, em uma urgência desconhecida. Ele deslizou a língua por sua boca, provocando-a com o contato sensual. Sabia que aquilo não iria acabar bem e que se arrependeria mais tarde, mas já não podia controlar as emoções. Rendeu-se ao desejo, en¬tregando-se aos carinhos audaciosos, saboreando a sensação do contato intenso e excitante. De repente, ouviu um galho se partir e o cavalo relinchar, quebrando o encanto. Tentou se livrar daquele abraço e do fascínio que a consumia, afastando-o. Com a respiração acelerada, sentia-se envergonhada pelo modo como havia correspondido ao toque dele. — Perdoe-me — Alex sussurrou. — Não pude resistir. — Isso não devia ter acontecido. Deu sua palavra. — Tem razão — ele concordou, afastando uma mecha de cabelos da testa dela. — Mas agora entende por que temos que nos encontrar de novo, não entende? — Por acaso está propondo que tenhamos um caso? Ele não podia estar falando sério. — Claro que sim. Que mais poderíamos fazer? — Alex respondeu com um sorriso sedutor nos lábios. Sarah deu um passo para trás e o esbofeteou, surpreendendo-se com o próprio gesto. — Ei, por que ficou tã ...

chocada com a minha sugestão? — ele perguntou, levando a mão ao rosto. — Qualquer mulher decente ficaria ofendida. — Não pensei que garotas decentes nadassem por aí, nuas — disse. O sorriso malicioso voltava ao rosto dele. — Como se atreve? — Sarah sentiu a raiva crescer e teve que se segurar para não esbofeteá-lo de novo. — Você é um grosso. — Não vamos discutir isso agora, mocinha — disse Alex, virando as costas e indo na direção do cavalo. Ao vê-lo desaparecer por entre os arbustos, ela voltou para casa depressa, mal prestando atenção no esplendor de Caldern. As luzes alaranjadas do nascer do sol incidiam sobre as pedras vermelhas do castelo, dando a impressão de que estavam em fogo. Quando entrou na cozinha, notou a atividade intensa da cozinheira terminava de arrumar uma bandeja. Johnson, o mordomo, não parava de dar ordens aos copeiros. — Está bem movimentado por aqui esta manhã, não? — comentou. — Sim — a cozinheira concordou. — O marquês chegou. — O marquês está aqui? — perguntou incrédula. Chegara a pensar que ele nem existisse. Havia mais de um mês que esperavam por ele. A cozinheira juntou as panelas. — Ele chegou à noite passada, sem avisar ninguém. Será muito bom ver o Sr. Alex de novo. Ele foi embora quando tinha dezesseis anos e hoje deve ser um belo homem. — É. deve ser — ela murmurou, confusa com as notícias. — Lady Caroline provavelmente está muito ansiosa para conhecer o marquês. Sarah assentiu com a cabeça antes de seguir para a tranquilidade da sala. Sentiu um estranho aperto no peito. O homem no lago também se chamava Alex. Agora entendia porque ele lhe parecera tão familiar. Quando ela e a prima Caroline haviam chegado na proprie¬dade dos Caldern, viram um quadro do marquês ainda me¬nino. Sim, não havia dúvidas. O homem do lago era o mar¬quês. E ele iria se casar com sua prima. Sarah bateu na porta do quarto de Caroline e entrou. O aposento era gr ...

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